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Terça-feira, 14 de maio de 2024

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homicídio qualificado

Após audiência, investigador da Civil que matou PM a tiros continua preso

Foto: Reprodução

Após audiência, investigador da Civil que matou PM a tiros continua preso
O investigador da Polícia Civil Mário Wilson, réu pelo homicídio do policial militar Thiago de Souza Ruiz, continuou preso após passar por nova audiência de instrução, na última quinta-feira (6). O juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, que havia determinado manifestação do Ministério Público Estadual (MPE) sobre o pedido de revogação da prisão, manteve Mário detido.


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Mário foi preso após audiência de custódia, em 27 de abril, pelo homicídio do PM Thiago, ocorrido na madrugada do mesmo dia, em uma conveniência próximo ao Choppão, em Cuiabá. O investigador pegou a arma do policial por não acreditar que o agente integrava a PM.

No dia 21 de junho, defesa de Mário, patrocinada pelo advogado Ricardo da Silva Monteiro, pediu a revogação da prisão por constrangimento ilegal que seu cliente estaria submetido. Foi apontado que deveria ser aplicada medida cautelar diversa da preventiva, porque ele preenche todos os requisitos objetivos para tal.

Foi sustentado pela defesa que Mário é funcionário público estadual, possui família, reside no distrito da culpa, é primário e se apresentou espontaneamente para a Autoridade Policial.

Seis dias depois, 27, Perri indeferiu pedido da defesa sobre reprodução simulada dos fatos e, antes de decidir se revogaria ou não a detenção, intimou o Ministério Público para se manifestar.

No último dia 30, então, o promotor de Justiça Jorge Damante posicionou pelo indeferimento da pretensão defensiva, ante a periculosidade de Mário. Damante destacou a conduta delitiva empregada pelo investigador que praticou o homicídio qualificado com vários tiros disparados em local público, “efetuada por um agente estatal que tem o dever de oferecer segurança aos cidadãos”, diz trecho da manifestação.

Além disso, citou o promotor que a detenção preventiva deveria ser mantida para a garantia da ordem pública diante do perigo causado pela liberdade do investigador.

Diante disso, em audiência realizada na última quinta-feira (6), Perri manteve inalterada a decisão que decretou a preventiva de Mário, sem revoga-la.

“Nada obstante ao término da audiência, tenha comentando para que o feito permanecesse à conclusão para análise do pedido de revogação da PP, todavia, melhor refletindo, não faz qualquer sentido sua análise neste instante, quando o processo chegou a instrução ao fim, encontrando o processo apto para os memoriais”, proferiu o juiz.

O crime

Na denúncia, o Ministério Público apresentou duas qualificadoras: utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi atingida por disparos de arma de fogo, e motivo fútil. 

Informações apontam que Mario foi até a conveniência do posto Conte Comigo, na companhia de outro amigo. No estabelecimento, eles encontraram Thiago, que também estava com um colega, porém não conhecia o investigador.

O amigo de Mario percebeu que o investigador e o cabo da PM teriam se "estranhado", sendo que o policial civil passou a desconfiar se Thiago era realmente policial militar.

Ambos acabaram se reunindo com os demais colegas para tomar uma cerveja. Durante conversa, Thiago e Mario contavam algumas histórias das suas carreiras policiais e fizeram questionamentos um para o outro.

Outra testemunha relatou que Thiago e Mario estavam conversando sobre situações de confronto e que Mario afirmou que "em situação de confronto, passaria por cima de qualquer um e não consideraria amizade".

Após uma das histórias, Thiago levantou a camisa e disse "inclusive eu tenho uma cicatriz aqui", e apontou para um ferimento antigo próximo à axila.

Ao levantar a camisa, o armamento de Thiago ficou exposto na cintura. O policial civil pegou a arma com as mãos e disse "vou chamar a Polícia Militar para averiguar a sua arma". Consta no documento que o investigador desconfiava que a arma seria ilegal.

Thiago tentou pegar a arma dele novamente e acabou entrando em luta corporal com Mario. O cabo da PM foi atingido com cinco tiros, a maioria nas costas.

Thiago conseguiu correr alguns metros, mas devido aos ferimentos, ele caiu no chão e morreu.
 
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