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Terça-feira, 14 de maio de 2024

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AUTORIZAÇÃO DA JUSTIÇA

Grupo do Agro produtor de soja, milho e arroz entra em recuperação judicial por dívidas de R$ 994 milhões

Foto: Reprodução

Grupo do Agro produtor de soja, milho e arroz entra em recuperação judicial por dívidas de R$ 994 milhões
O Grupo Dias Pereira, que atua no ramo do agronegócio em Mato Grosso desde 1980, entrou em recuperação judicial por dívidas de R$ 994.670.196,74. O processo para dirimir a crise do grupo foi deferido pelo juiz da 4ª Vara Cível de Rondonópolis, Renan Carlos Leão Pereira, no dia 31 de março.


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 “Preenchidos, pois, os requisitos legais, estando em termos a documentação exigida nos artigos 48 e 51 da Lei 11.101/2005, defiro o processamento de recuperação judicial”, determinou o magistrado.

Com o deferimento, o grupo ficou “protegido” e não poderá sofrer ações e execuções fiscais pelo prazo mínimo de 180 dias. Com isso, ficam os credores interessados permitidos a requererem, a qualquer tempo, a convocação da assembleia geral para a constituição do Comitê de Credores.
 
Os Grupo do agronegócio atua em Mato Grosso, trabalhando em conjunto e de forma organizada entre si no ramo da agropecuária e de produção e comercialização de soja, milho e arroz, com lavouras cultivadas em áreas rurais localizadas em Rondonópolis, Paranatinga, Juscimeira e Chapada dos Guimarães.

O histórico da atividade inicia-se com o Jairo Dias Pereira, que herdou o conhecimento agrícola da Família Dias Pereira, com atuação desde muito jovem. Em meados de 1980, Jairo Dias Pereira, na época com 28 anos, começou seu pequeno negócio como comerciante na cidade de Paranatinga.

No ano de 1984, conseguiu comprar sua primeira fazenda, denominada Fazenda Três Irmãos. Nas terras da Fazenda Três Irmãos, ele iniciou a sua vida de agricultor plantando arroz e, posteriormente, soja, em seguida, investiu no ramo da pecuária adquirindo as suas primeiras cabeças de gado.

Com o sucesso no plantio e a alta nas vendas, fundou a empresa Cerealista Paranatinga Comércio de Cereais LTDA. para beneficiamento dos grãos e, na sequência, a empresa Transparanatinga Transportadora LTDA. para realizar o transporte rodoviário de carga dos grãos beneficiados.

Então em meados de 1986,  sofreram com a primeira grande crise nos negócios em razão da ferrugem asiática, além de o país estar sofrendo com a alta inflação, com frustradas tentativas do governo em contê-la.
 
Atualmente, fazem parte do grupo as empresas Cerealista Paranatinga Comércio de Cereais, Transparanatinga Transportadora, Paranatinga Armazéns Gerais, Paranatinga Comércio e Representações e Paranatinga Comércio de Derivados de Petróleo, todas autorizadas a entrar no processo de recuperação.
 
As razões que ensejaram a crise, conforme apontado pelo grupo no processo,  foram a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), estiagem que atingiu o estado em 2020, e também nos juros de empréstimos com instituições financeiras. A morte de Jairo Dias Pereira por complicações do Covid-19 também prejudicou o bom andamento econômico do grupo.
 
Diante disso, cumprido os requisitos exigidos por lei, o juiz da 4ª Vara Cível de Rondonópolis autorizou o processo para recuperar a saúde financeira do grupo visando manter empregos e geração de rendas.  Ao final, os credores devem entrar de acordo com o plano da empresa para enfrentar as adversidades econômicas e o consequente recolhimento dos débitos em aberto, sob pena de ser decretada a falência do grupo.
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