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Sexta-feira, 10 de maio de 2024

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quebra de sigilo

Dados que embasaram operação contra o Comando Vermelho revelam 30 mil membros em MT

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Dados que embasaram operação contra o Comando Vermelho revelam 30 mil membros em MT
Na decisão que autorizou a quebra de sigilo dos celulares dos envolvidos na operação Ativo Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (22), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), para desmantelar as ações criminosas do Comando Vermelho, o juiz João Bosco Soares da Silva discorreu que os dados da investigação revelaram que a facção criminosa possui aproximadamente 30 mil membros vinculados em Mato Grosso.


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No documento consta também que a facção, no momento, passa por uma expansão no estado exercendo controle de atividades criminosas de roubos majorados, latrocínios, furtos, tráfico de drogas e associação para o tráfico. “Segundo os dados constantes dos autos conta atualmente com aproximadamente 30 mil pessoas vinculadas em todo o Estado, seja como integrantes, familiares ou colaboradores”, discorreu o juiz João Bosco na decisão.

O foco foi atuar em linhas investigativas que resultaram na identificação dos principais líderes atuais do “movimento”, bem como o histórico de criação do CV, por meio de reportagens jornalísticas e dados processuais que foram capazes de resumir as atividades da organização que vem se escalando em Mato Grosso.

Segundo a representação movida na justiça, os criminosos arrecadam valores provenientes de práticas criminosas como roubos majorados, latrocínios, furtos qualificados, tráficos de drogas e associação para o tráfico.

Além disso, também fazem parte do rol de práticas criminosas as chamadas “camisas” constituídas por taxas pagas pelos membros da organização; “taxas de segurança” cobradas de empresários para evitar crimes em desfavor de seus estabelecimentos; e “taxas de biqueiras”, todos os atos sempre acompanhados de ações violentas e ameaças dos chamados “salves” (castigos físicos, tortura) e até homicídios, engendrados pelos membros com a função de “disciplina”.

O resultado das atividades, conforme descortinado na operação, geram vultuosas quantias para custear estilos de vida incompatíveis com a capacidade lícita econômica dos integrantes e seus familiares. E isso, conforme assegurado pelo magistrado, seria reinvestido na organização para garantir seu crescimento e domínio territorial, que acontece e é mantido via extremada violência, torturas, homicídios e afins, em face de forças policiais, agentes estatais e, ainda, membros de facções rivais.

Ante a complexa estrutura do grupo, bem como o vasto leque de atividades criminosas que exercem, somado aos numerosos integrantes que se expandem cada vez mais pelo estado, inclusive com indícios de infiltração dos seus membros nas mais diversas camadas da sociedade e atividades econômicas, João Bosco entendeu plausível decidir pela autorização de medidas cautelares de busca e apreensão, quebra do sigilo de dados, sequestro e bloqueio de bens com origem ilícita dos alvos.

O intuito, então, é descapitalizar a organização e decretar a prisão preventiva e temporária de alguns alvos já que presentes os requisitos legais a fim de frear a continuidade delitiva praticada pelo CV.
 
“Defiro a representação formulada pela Autoridade Policial, determino a busca e apreensão domiciliar observando-se que a busca será feita com o absoluto sigilo necessário para o efetivo cumprimento da medida, devendo ser observada a inviolabilidade do domicílio de modo a que não moleste os moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência e autorizo a quebra do sigilo dos dados contidos nos celulares e eletrônicos eventualmente apreendidos nas casas dos suspeitos no cumprimento da presente decisão”, decreta João Bosco.
 
Ativo Oculto

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, deflagrou  quinta-feira (23) a operação Ativo Oculto, com objetivo de cumprir 271 ordens judiciais, entre mandados de prisão e busca e apreensão. Mais de 600 policiais foram mobilizados na ação.

A ação é resultado de minuciosa investigação iniciada em 2022 para desmantelar a facção criminosa Comando Vermelho. Entre os alvos estão as principais lideranças e os familiares usados para lavar dinheiro oriundo dos crimes cometidos em todo Mato Grosso.

A principal liderança do Comando Vermelho no Estado, conhecido como “Sandro Louco”, e a esposa dele, foram alvos de mandado de prisão e busca e apreensão. Sandro louco encontra-se preso no raio de segurança máxima da Penitenciária Central do Estado (PCE). Segundo investigação, a esposa, além de ser "a voz" da facção criminosa do lado de fora do presídio, também lavava dinheiro e fazia girar os recursos do grupo criminoso para poder ter como comprovar ganhos. 

Foram alvos de prisão preventiva: Sandro Silva Rabelo, vulgo “Sandro Louco Ou Moicano Ou Bili; Thaisa Souza de Almeida Silva Rabelo; Luiz Fagner Gomes Santos, vulgo “Passat Ou Zóio; Juliana Sousa Amorim; Rafael Gomes Santos; Everton Danilo Jesus Batista; Thiago Queiroz dos Santos; Adeilton do Amaral Tavares; Suelen Maria De Santana; Abraão Lincoln Santana Araújo; Robson José Pereira De Araújo, vulgo “Carcaça”; e Leonardo dos Santos Pires, vulgo “Sapateiro Ou Maresia”.

Prisão temporária: Adriana Borges Souza da Mata; Leandro Nascimento da Costa; Ana Kely Costa De Assis Carvalho; Marcelo Augusto Gomes Pinto; Wdson Henrique Correia Martinez; João Bosco Verano de Oliveira; Talita Liandra Barbosa Matias dos Santos; Ronivalte Gomes Barbosa; Sergio Pereira da Silva; Carlos Cesar Ferreira da Silva; Cleiton José Da Silva; Glauber de Souza Lima; Glauber Rodrigues da Silva Amorim Corrêa; Eder Marques de Souza; Pablo Antônio de Lima; José de Alencar Brito Oliveira; Marcelo Da Rocha Silva; Victor Lucas de Oliveira Aguiar; Thiago Amorim Pereira; Luiz Fernando da Silva Oliveira; Jhonatan Alves Ventura; e Weliton Felipe Gonçalves De Andrade.
 
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