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Sexta-feira, 10 de maio de 2024

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Câmara Criminal do TJ mantém condenação de falsa médica que arquitetou assassinato de ex-prefeito de Colniza

Foto: Reprodução

Câmara Criminal do TJ mantém condenação de falsa médica que arquitetou assassinato de ex-prefeito de Colniza
Yana Fois Alvarenga, falsa médica que arquitetou o crime para matar o ex-prefeito de Colniza, Antônio Esvandir Mendes, assassinado em 2017, teve sua condenação mantida pela Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, durante sessão de julgamento que ocorreu na manhã desta quarta-feira (14). Yana e o empresário Antônio Pereira Rodrigues foram sentenciados em mais de 40 anos de prisão por serem os mandantes do homicídio. Segundo as investigações, a execução fora motivada por uma cobrança de dívida. A mulher e o irmão do empresário foram presos dias depois do crime, por decisão judicial, após representação da Polícia Civil.


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Durante a sessão, a defesa de Yana sustentou à segunda câmara que o Tribunal do Júri ocorrido na comarca de Juara, responsável pela condenação, ocorreu em outubro deste ano e deveria contar com a presença física da falsa médica.
 
Relator do processo, porém, o desembargador Rui Ramos argumentou que anulação de decisão do júri só se é deferida em caso de comprovada irregularidade com capacidade de comprometer o julgamento.
 
Diante do exposto, o relator denegou a ordem e indeferiu o pedido sustentado. “O julgamento já ocorreu. Não se decreta nulidade sem prova de prejuízo", discorreu Rui Ramos.
 
Yana foi condenada a 46 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, e Rodrigo a 45 anos e seis meses. Ambos estão presos preventivamente desde 2017. O júri começou no dia 17 de outubro e no dia 21.
 
Em outubro e 2021, quando foram julgados outros dois réus, que realizaram os disparos, a Promotoria de Justiça de Colniza argumentou que a dúvida na imparcialidade dos jurados não possibilitaria o julgamento justo dos dois réus na comarca onde ocorreu o crime.
 
O assassinato
 
Após investigação da Polícia Civil de Colniza, cinco pessoas foram indiciadas pelo crime. Além de Rodrigo e Yana, os dois executores do crime, além de um adolescente, irmão do empresário, que teve a internação provisória decretada à época e respondeu por ato análogo aos crimes cometidos.
 
Os quatro adultos responderam por homicídio qualificado cometido por motivo fútil, por pagamento ou promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima; associação criminosa e tentativa de homicídio.
 
O inquérito foi concluído no final de dezembro de 2017 pelo delegado Edison Pick e contou com o apoio investigativo de uma equipe da Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá, além da união de diversas unidades operacionais das Polícias Civil e Polícia Militar na busca pelos criminosos.
 
O empresário e os executores foram presos pela Polícia Civil logo após o crime. A dupla contratada para assassinar o prefeito foi presa em uma estrada, entre as cidades de Juruena e Castanheira.
 
O empresário e os executores chegaram a fugir da cidade de Colniza, mas foram abordados por uma equipe do Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra), da  Regional da Polícia Civil de Juína, que desde o crime, ocorrido no início da noite de 15 de dezembro de 2017, auxiliava nas investigações junto a uma força-tarefa coordenada pela Secretaria de Segurança Pública.  Com a dupla, foram apreendidos R$ 60 mil em espécie.
 
Já o empresário, foi apontado como o mandante e também participou da execução do prefeito. De acordo com o delegado Caio Fernando Albuquerque, que conduziu as investigações junto com o delegado de Colniza, Edison Pick, o dinheiro encontrado no carro pertencia ao mandante, que atuava no ramo de rede de combustível e táxi-aéreo.
 
No dia do crime, o então prefeito Antônio Esvandir Mendes conduzia uma Toyota SW4 preta, quando foi interceptado pelos criminosos, que estavam em um veículo SUV preto, a sete quilômetros da entrada da cidade.

A dupla de executores fez diversos disparos contra o prefeito, que ainda conseguiu dirigir, mas acabou morrendo depois de entrar no perímetro urbano, na Rua 7 de Setembro. Outros dois disparos feriram um secretário da Prefeitura que estava com o gestor.
 
De acordo com os criminosos foram usadas quatro armas de fogo no crime, mas somente um revólver calibre 38 e um fuzil 22, com numeração raspada foram encontrados pela Polícia Militar dentro de uma bolsa deixada no mato.
 
As armas estavam a cerca de 15 km de Colniza,  localidade onde também foi abandonada a caminhonete da ação criminosa. Duas pistolas, que segundo as informações levantadas,  também foram usadas, teriam sido jogadas dentro de um rio.
 
Celulares apreendidos foram analisados pela equipe da Delegacia Regional de Juína e, a partir das informações obtidas, foi possível identificar a participação também da mulher do empresário.
 
Segundo as investigações, o crime foi motivado por uma cobrança de dívida. A mulher e o irmão do empresário foram presos dias depois do crime, por decisão judicial, após representação da Polícia Civil.
 
De acordo com o delegado Edison Pick, a mulher tinha conhecimento do crime e acobertou a ação do marido. Em interrogatório, ela se reservou ao direito de permanecer calada. Já o adolescente declarou que auxiliou a fuga dos executores, a pedido do irmão, mas negou que soubesse antes da ação criminosa.
 
Em outubro do ano passado, os dois executores do homicídio foram a julgamento. Eles foram condenados a, respectivamente, 28 e 25 anos de prisão pelo homicídio qualificado em decisão de júri popular realizado em Colniza.
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