Procurador-geral da Justiça do Ministério Público de Mato Grosso, José Antônio Borges, resolveu pela abertura de dois procedimentos investigatórios para apurar conduta de policiais militares que prenderam dois membros da juventude do Partido Trabalhista (PT) nesta segunda-feira (12). Denilson Darc e Clarinda Castro foram abordados e mesmo sem nenhuma irregularidade com a Justiça, foram encaminhados para o Cisc depois que os “patriotas” pressionaram os agentes identificados como tenente Arillo e sargento Kelciano. Eles filmaram os policiais enquanto se alimentavam, fardados, junto com os protestantes que estão acampados há mais de um mês em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, na Avenida do CPA, em Cuiabá.
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“Determino o registro do presente despacho avulso e das notícias a que se refere no Sistema Integrado do Ministério Público – SIMP, em dois protocolos, a serem encaminhados: i) à 13ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá, cuja atribuição está atrelada à Vara da Justiça Militar; ii) à 19ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá – Tutela da Segurança Pública – a qual cabe atuar no controle externo da atividade policial”, resolveu o procurador-geral José Antônio Borges.
O despacho levou em consideração o que foi noticiado na imprensa sobre os estudantes que foram abordados e conduzidos à autoridade policial após terem realizado gravações em vídeo dos integrantes das forças de segurança do Estado que, em tese, estavam se alimentando nas tendas dos manifestantes, resultando em tumulto local.
“Além disso, há relatos de que os conduzidos supostamente ficaram aprisionados na viatura policial por um longo período antes de serem apresentados à PJC”, considerou o PGJ.
Secretário estadual da Juventude PT-MT, Denilson explicou que, por volta das 17h, ele e Clarinda iam para faculdade e foram ao ponto de ônibus perto de casa, que também fica próximo do Exército, onde acontece protesto antidemocrático contra vitória nas urnas do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT).
“Chegando no local, decidimos fazer uma filmagem para mostrar a dificuldade que temos para pegar ônibus naquele ponto, pois os mesmos manifestantes muitas vezes ocupam o ponto nos obrigando aguarda no meio da rua entre eles”, relata o universitário.
“Em um determinado momento identifiquei dois policiais militares se alimentando junto aos manifestantes em uma tenda da manifestação. Na mesma hora iniciei uma filmagem para o registro do acontecimento já que os mesmos estavam fardados no exercício do seu trabalho”, acrescentou.
Além disso, os conduzidos relataram que ficaram aprisionados na viatura policial por um longo período antes de serem apresentados à PJC. Uma amiga passava pelo local no momento e viu um militar puxando e apertando o braço de Clarinda.
“A mesma tentou dialogar com os PM's para impedir a nossa condução. Não conseguindo, acompanhou a viatura até a delegacia do [bairro] Verdão. Ficamos presos no camburão por quase 2 horas com as janelas da viatura fechadas mesmo já estando na delegacia”, disse.
