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Ex-vereador pagou R$ 50 mil para arrendar TI e foi ameaçado ao pedir devolução do dinheiro

17 Mar 2022 - 14:01

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Wesley Santiago

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Gelson Pereira Barros

Gelson Pereira Barros

Pessoa identificada como Gelson Pereira Barros, pecuarista, empresário, ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Serra Nova Dourada, seria um dos beneficiados pelos crimes na Terra Indígena Marãiwatsédé, conforme apontado na decisão que autorizou a Operação Res Capta, nesta quinta-feira (17).

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Segundo o Ministério Público Federal (MPF), para arrendar parte da TI, Gelson pagou R$ 50 mil ao atual coordenador regional da Funai na comarca de Ribeirão Cascalheira, Jussielson Gonçalves Silva, e ao pelo policial militar da ativa no estado do Amazonas, Gerard Maxmiliano Rodrigues de Souza, espécie de “braço-direito” de Jussielson. Ao solicitar devolução, o ex-parlamentar foi ameaçado.
 
Delator que se apresentou à PF disponibilizou quatro comprovantes de transferência, via PIX, efetivadas entre os dias 13 a 16 de setembro de 2021, que totalizaram o montante de R$ 50 mil, da conta bancária de Andriele Rodrigues Barros, filha de Gelson, para a canta bancária de Thaiana Ribeiro Viana, companheira de Gerard Maxmiliano.
 
O valor teria sido destinado a Jussielson para agir ilicitamente, em razão do cargo na Funai, em benefício de Gelson. As contas de terceiros foram utilizadas, segundo a Polícia Federal, para despistar autoridades.
 
Em depoimento, Gelson Pereira Barros confirmou solicitação de Gerard Maxmiliano Rodrigues e o pagamento realizado. Ainda segundo o depoimento, em momento posterior, o ex-vereador foi obrigado a desocupara a área, solicitando a devolução do dinheiro pago. Em resposta, Maxmiliano teria enviado foto de uma arma.
 
O caso

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal em Mato Grosso (GAECO-MPF), e a Polícia Federal, por meio da unidade em Barra do Garças, deflagaram na manhã desta quinta a Operação Res Capta, que tem como objetivo combater crimes de constituição de milícia privada, corrupção ativa e passiva, porte ilegal de arma de fogo, abuso de autoridade e crimes ambientais.
 
As investigações tiveram início em setembro de 2021 na Delegacia da PF de Barra do Garças a partir de denúncia anônima informando que servidor da Funai, da Comarca de Ribeirão Cascalheira (380 km de Barra do Garças), estaria recebendo valores em dinheiro em troca de favores, no sentido de dar preferência a alguns indivíduos no arrendamento de terras dentro da reserva indígena Marãiwatsédé, para criação de gado.
 
Foi constatado que os investigados estariam cobrando valores de grandes fazendeiros da região para direcionar e intermediar arrendamentos no interior da Terra Indígena Marãiwatsédé. Os pagamentos eram monitorados pelos investigados, que faziam o serviço de cobrança e retiravam da Terra Indígena os fazendeiros inadimplentes e direcionavam outros para ocuparem os locais deixados pelos arrendatários retirados.
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