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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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CRISE NO SETOR

Com dívida de R$ 124 milhões, mais um grupo do agro pede recuperação judicial; quatro requerimentos em novembro

Foto: Reprodução / Ilustração

Com dívida de R$ 124 milhões, mais um grupo do agro pede recuperação judicial; quatro requerimentos em novembro
A Agropecuária Três Irmãos Bergamasco, formada pela família de produtores rurais Bergamasco, entrou com pedido de recuperação judicial na 4ª Vara Cível de Sinop, com passivo superior a R$ 124 milhões. O grupo que atua no agronegócio e pecuária está presente nos municípios de Tapurah, Nova Mutum e Porto do Gaúchos, totalizando mais de três mil hectares de terras. Somente neste mês, pelo menos outros quatro grupos do agronegócio no estado ajuizaram processos semelhantes.

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De acordo com o processo, a família Bergamasco atua há mais de 50 anos, e apesar da experiência no negócio, sofreu com a baixa produtividade da safra, e o baixo preço das commodities, principalmente nas safras de 2022 e 2023, quando a estimativa de venda da saca da soja era de R$ 150, mas foi comercializada a R$ 100, causando grande prejuízo ao grupo.

No pedido de recuperação judicial, o escritório ERS Advocacia, responsável pelo processo, esclarece que apesar de toda experiência e dedicação da família ao negócio, os percalços financeiros acabaram cumulando com a dificuldade econômica do Grupo Valter Bergamasco.

Segundo Allison Sousa, advogado do grupo, “os produtores, além de colaborarem com a economia de Mato Grosso e do país, são responsáveis por inúmeros empregos diretos e indiretos, o que demonstra a importância social e a necessidade de preservação de suas atividades. Por isso necessitam da intervenção do Poder Judiciário para terem a oportunidade de negociar com todos os seus credores de uma única vez e em pé de igualdade, para demonstrar a eles que têm condições suficientes, se continuarem operando, de cumprir com as obrigações”.

No pedido, os produtores requerem ainda que, seja determinado o impedimento de desfazimento de qualquer bem essencial às atividades dos requerentes, em especial, o sobrestamento de qualquer ato expropriatório ou que retire da posse e propriedade dos devedores, bens e equipamentos essenciais às suas atividades enquanto durar a presente ação.

Em sua decisão, a juíza da 4ª Vara Cível de Sinop, Giovana Pasqual de Melo, nomeou a empresa Jorge Gonso Consultoria Empresarial para verificação prévia dos documentos apresentados, que deverá indicar o preenchimento ou não dos requisitos legais para o processamento da recuperação judicial do Grupo Valter Bergamasco.

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De acordo com dados do Monitor de Recuperação Judicial no Brasil, somente no 3º trimestre, 125 empresas entraram com pedido de recuperação judicial em Mato Grosso. No país, mais de 3 mil empresas ingressaram com o pedido. 

Somente em novembro de 2023, pelo menos quatro grupos do agro ajuizaram pedido de recuperação. No dia 7, a empresa 7SETE AgroIndustrial, propriedade do ex-candidato a deputado federal, Ernando Cardoso, com sede em Cuiabá, acionou 1ª Vara Cível da capital pedindo Recuperação Judicial por dívidas de R$ R$ 69 milhões. 

No dia 22, foi a vez da Golveia Holding e Agropecuária entrar com o pedido na 4ª Vara Cível de Rondonópolis, com dívidas declaradas de R$ 617 milhões. O juiz Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento, antes mesmo de decidir pelo deferimento do pedido, determinou a blindagem da empresa, o que impede que credores entrem na justiça com ações executivas individuais e suspendeu o cumprimento de mandados de arresto contra a requerente.

O Grupo Caage ajuizou o pedido à 4ª Vara Cível de Sinop por dívidas que ultrapassam os R$ 450 milhões. O Grupo Caage tem atividades nos municípios de Cláudia e Primavera do Leste e atua no plantio de soja, milho e arroz e exploração de eucalipto. 

Nesta terça-feira (28), A juíza Anglizey Solivan de Oliveira deferiu, requerimento de tutela de urgência e antecipou o período de blindagem do patrimônio da família Mariussi, enquanto aguarda a juntada dos documentos necessários para análise do pedido de Recuperação Judicial.

Na mesma decisão, a magistrada suspendeu o leilão de lotes da fazenda Terra Nova, que seria realizado para quitar dívida de R$ 17 milhões contraída em 2015 pelo agricultor Orlando Mariussi com a empresa Via Fértil Produtos Agropecuários.  
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