Olhar Jurídico

Segunda-feira, 06 de maio de 2024

Notícias | Criminal

OPERAÇÕES DÉJÀ VU E ODISSEIA

TJ mantém liberdade da liderança de grupo que fraudou R$ 350 milhões em impostos; segue monitorado

Foto: Reprodução

TJ mantém liberdade da liderança de grupo que fraudou R$ 350 milhões em impostos; segue monitorado
O Tribunal de Justiça (TJMT) concedeu, parcialmente, habeas corpus ajuizado em favor do empresário Bruno Alberici, investigado no âmbito das operações Déjà Vu e Odisseia, apontado como líder de esquema que teria movimentado R$ 350 milhões por meio de transportadoras de fachada, criadas para sonegar ICMS. Sob relatoria do desembargador Rui Ramos, os magistrados da Segunda Câmara Criminal mantiveram a revogação da prisão preventiva de Alberici, que continuará monitorado por tornozeleira eletrônica.   

Leia mais
Emanuel questiona imparcialidade de desembargador que atuou como advogado de Mauro Mendes


Em sessão de julgamento ocorrida no último dia 24, os desembargadores acataram, em partes, os requerimentos feitos pelo advogado Ricardo Saldanha Spinelli, que buscava manter Bruno em liberdade provisória com a manutenção da revogação da prisão preventiva, decretada na primeira instância. Defesa também postulou pela retirada da tornozeleira.

No entanto, o relator destacou no seu voto, acompanhado de forma unânime, que o monitoramento eletrônico deve ser mantido, já que a medida foi imposta justamente para evitar que a suposta organização criminosa investigada continua suas atividades, impedindo o encontro e contato entre os investigados.

Rui Ramos não vislumbrou constrangimento ilegal na tornozeleira instalada no calcanhar de Bruno, bem como lembrou que ele não fez qualquer prova de que o equipamento o prejudicaria em suas atividades laborais.

Sobre a preventiva, o Ministério Público se manifestou no sentido de que fosse mantida, apontando indicativos de envolvimento dos réus em organização criminosa, com estrutura organizada com setores interprofissionais (fiscal, contábil, jurídico e empresarial), e que só foi desmantelada após quatro anos de investigação ostensiva.

Segundo o Procurador de Justiça Hélio Fredolino Faust e o Promotor de Justiça Wesley Sanchez Lacerda, as investigações minuciosas se muniram de informações obtidas legalmente via técnicas especiais empregadas durante anos, quadro que denotou amparo à prisão preventiva, vez que o grupo supostamente gerou enorme dano aos cofres públicos por meio da concorrência desleal.

Além disso, pontuou demonstração de risco à ordem pública, e que a “gravidade concreta dos delitos que obstaculiza o esgotamento do periculum libertatis pelo simples decurso do tempo”.

Porém, para Rui Ramos, a ordem que decretou a preventiva em face de Bruno foi prolatada com fundamentação genérica, pois as imputações lançadas contra ele não comprovaram sua periculosidade social, além de que o inquérito não foi concluído após mais de 4 anos e não há menções sobre o receio da soltura do empresário, já que ele é primário, sem antecedentes e sem riscos de fuga ou da aplicação da lei penal.

“Diante do exposto, em dissonância com o parecer ministerial, pelas condições processuais que se evidenciam ratifico a liminar mantendo as cautelares nela impostas para, conceder parcialmente a ordem em definitivo em favor do paciente Bruno Cicaroni Alberici, salvo se por outro motivo estiver preso”, votou Ramos, seguido pelos demais.

Déjà Vu e Odisseia

As operações foram deflagradas no dia 31 de janeiro, pela Delegacia Fazendária e pela 14ª Promotoria de Justiça. Medidas cautelares foram cumpridas contra seis pessoas e cinco empresas, e três mandados foram expedidos.

Foram alvos de mandado de prisão: o advogado Elisandro Nunes Bueno e os empresários Bruno Cicaroni Alberici e Mário Teixeira Santos da Silva. Edenilton Balbino Costa, Solange da Silva Lima (prestava auxilio contábil) e Edgleyton Barbosa da Silva (advogado) tiveram as contas bancárias bloqueadas.

Eles são suspeitos de participarem de dois grupos criminosos que causaram prejuízos aos cofres públicos que ultrapassam os R$ 370 milhões, por meio de diversas fraudes fiscais relacionadas ao ICMS.
 
Os policiais também cumpriram mandados nas empresas: Inova Agro Ltda, MFC Participações Ltda e MTSS Holding Ltda, ligadas a Mário Andrade Teixeira Santos da Silva. Já a Exportagro Indústria Brasileira Ltda e a Trans-Agro Transporte e Logística Agropecuária Ltda possuem ligação com Bruno Cicaroni Alberici.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet