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Domingo, 05 de maio de 2024

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CHEFÃO DO CV EM MATO GROSSO

Hacker da 'Vaza Jato' falsificou alvará de soltura de 'Sandro Louco', condenado a mais de 200 anos de cadeia

Foto: Reprodução

Walter Delgatti, Carla Zambelli e Sandro Louco

Walter Delgatti, Carla Zambelli e Sandro Louco

Condenado a mais de 200 anos de prisão por crimes como homicídios e tráfico internacional de drogas e apontado como um dos chefões do CV em Mato Grosso, Sandro Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, por pouco não foi solto da cadeia em 2023 com um alvará de soltura falso, emitido por Walter Delgatti, conhecido como o hacker da "Vaza Jato", segundo a Procuradoria-Geral da República. 

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A manobra foi feita após Delgatti violar e adulterar o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com as credenciais adulteradas e a partir do perfil falso de magistrado, Delgatti, no dia 5 de janeiro de 2023, emitiu um falso alvará de soltura concedendo liberdade a Sandro Louco, como se o ato fosse executado pelo juiz Leonardo de Campos Costa e Silva Pitaluga, que atua na 2ª Vara Criminal de Cuiabá, segundo Conjur. 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra o hacker e a deputada federal Carla Zambelli (PL) pelas invasões a sistemas do Poder Judiciário realizadas entre agosto de 2022 e janeiro de 2023. Eles vão responder por invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica em coautoria. 

Os dois são acusados de invadir seis sistemas do Judiciário por um total de 13 vezes e inserir nas ferramentas 16 documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e ordens para quebra do seu sigilo bancário e bloqueio de bens.

Segundo depoimento do hacker, a deputada o abordou em setembro de 2022, logo antes das eleições, para solicitar a invasão de uma urna eletrônica ou qualquer sistema do Judiciário. A intenção era demonstrar a suposta fragilidade das ferramentas. Em troca, ela ofereceu pagamento pelos serviços prestados e contratação formal do hacker para a prestação de serviços relacionados à sua atividade parlamentar.

Segundo a PGR, os acusados buscavam obter vantagem de ordem midiática e política, que viria do projeto de desmoralização do sistema de Justiça, bem como causar danos ao funcionamento da máquina administrativa judiciária.

O crime de invasão de dispositivo eletrônico tem pena de detenção, de 3 meses a um ano, e multa. O PGR pede que essa pena seja aumentada de 1/6 a 1/3 do tempo, já que, por causa das invasões, os sistemas ficaram indisponíveis, gerando falta de produtividade e custos de revisão de protocolos. 

O crime de falsidade ideológica pode levar a até cinco anos de prisão. Já a coautoria prevê que quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
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