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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Eraí Maggi nega conciliação com filho fora do casamento que busca garantir direito à herança

Foto: Reprodução

Eraí Maggi nega conciliação com filho fora do casamento que busca garantir direito à herança
Após a Justiça atender, em fevereiro, ao pedido de Renato Cardoso Lima Scheffer, filho do mega produtor Eraí Maggi Scheffer, e autorizar a produção de provas antecipadas para verificar qual é o tamanho do patrimônio do pai, audiência realizada no último dia 22 para resolver o litígio terminou sem acordo. Isso porque o “Rei da Soja” afirmou não ter interesse em pactuar uma conciliação com Renato, fruto da relação extraconjugal entre Eraí e E.C.L., que era cozinheira de uma de suas propriedades. O caso tramita sob sigilo.

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Ação probatória autônoma foi ajuizada por Renato em dezembro do ano passado requerendo que a Justiça determine perícia contábil, econômica e financeira, expondo a evolução patrimonial de Eraí, esposa, três filhos e todas as empresas, dos últimos 35 anos. O objetivo de Renato é garantir seus direitos sucessórios em relação ao patrimônio bilionário da família.

No entanto, segundo divulgado pelo jornalista Guilherme Amado, colunista do Metrópolis, Eraí não vai ceder aos pedidos feitos por Renato e afirmou não ter interesse em conciliação.

Conforme o colunista, Eraí pontuou que não existe discussão de herança de uma pessoa viva e que, por isso, não iria participar da audiência. O objetivo da conciliação pedida por Renato, entretanto, não era para discutir a herança, mas sim uma suposta dilapidação do patrimônio em vida, repassando bens para outros herdeiros.

Com isso, a ação vai tramitar normalmente com a fase instrutória, caso não haja contestação, na qual as provas serão apresentadas, bem como depoimentos de testemunhas e argumentos. O juízo, então, poderá decidir se Eraí estaria antecipando em vida a herança para os outros três filhos, relegando à Renato apenas indenização e pensão mensal.

Nascido em 1990, o rapaz é fruto da relação extraconjugal entre Eraí e E.C.L., que era cozinheira de uma de suas propriedades rurais.

Ainda não há uma decisão definitiva sobre o mérito da “devassa” contábil requerida, cujo objetivo é garantir que o filho fora do casamento tenha os direitos sobre a herança de forma igualitária em relação a Marilene Scheffer, esposa de Eraí, e Kleverson, Kleidimara e Antônio, os três filhos do casal.

Renato hoje atua como motorista de caminhão na cidade de Nova Olímpia, 204 quilômetros da capital.

Embora sempre tivesse a ciência sobre a existência de Renato, desde seu nascimento, Eraí só o reconheceu legalmente após segundo exame de DNA, realizado em 2020. Ocorre que, conforme a ação, Eraí se manteve indiferente e abandonou a relação entre pai e filho com Renato, sobretudo tratando-se dos benefícios provenientes do patrimônio milionário da família.

“Há 30 (trinta) anos, toda a sua vida, jamais tivera o contato paterno na sua essência e natureza; jamais tivera as oportunidades que seus irmãos tiveram; jamais vivera em harmonia com pai e irmãos, os quais o desprezavam”, reclamou Renato à Justiça.

Dentre os argumentos trazidos na ação, visando justificar o pedido pela garantia à herança justa, está a hipótese de que o Rei da Soja esteja antecipando sua herança aos outros três filhos, com fins de blindar os bens e ativos que futuramente deveriam ser divididos entre os herdeiros, incluindo Renato.

Para embasar a fundamentação, foi exposto na ação que a holding EMK2A, criada para administrar o patrimônio bilionário dos Scheffer, e que conta como sócios Eraí e os três filhos, sofreu dez alterações contratuais entre 2017 e abril de 2022, de forma célere, o que resultaria em prejuízos aos direitos sucessórios de Renato.

Neste recorte temporal, Kleverson, Keidimara e Antônio teriam passado de um patrimônio de uma quota de um real para quase R$ 840 milhões, o que, na prática, trata-se de transferência de bens de forma a antecipar a herança aos “filhos preferidos”.

Enquanto a Bom Futuro tem o capital social avaliado em R$ 1,5 bilhão, e a EMK2A tem de R$ 1,2 bilhão, consta no processo que o único reconhecimento legal, “de papel”, entre Eraí e Renato se deu com o acordo firmado na época do DNA, em 2020, quando ele passou a usar o sobrenome Scheffer. Contudo, o caminhoneiro recebeu “apenas” R$ 500 mil, sendo R$ 250 mil para comprar um imóvel e uma pensão mensal de R$ 12,5 mil.
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