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Domingo, 28 de abril de 2024

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Advogada alvo de operação ajudou a recuperar 87 bananas de dinamite do Comando Vermelho, aponta PJC

Foto: Reprodução

Advogada alvo de operação ajudou a recuperar 87 bananas de dinamite do Comando Vermelho, aponta PJC
Além de atuar como advogada de membros do Comando Vermelho, Hingritty Borges Mingotti, alvo da Operação Gravatas, desempenharia papel fundamental para a facção. Conforme relatório policial que resultou na ordem de prisão contra Mingotti e mais três juristas, ela teria ajudado na recuperação de armamentos, munições e 87 bananas de dinamite.

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As informações foram encaminhadas pela Polícia Judiciária Civil à Justiça, após interceptação no celular dos líderes do CV evidenciar a ligação entre eles e o “braço jurídico”.

Além de gravar áudios com faccionados presos, com seu celular pessoal, e encaminhar as gravações para Roberto Luis de Oliveira que, por sua vez, repassava para Robson Júnior Jardim dos Santos, vulgo “sicred”, Mingotti é acusada de embaraçar investigações policiais, intermediar mensagens entre criminosos de alta periculosidade e auxiliar com informações sigilosas em ações que seus clientes não eram parte.

Além disso, segundo a PJC, ela não se limita apenas em ser uma “garota de recados” para a facção, mas também busca informações sobre drogas que a polícia não encontrou, transmite informações de dentro da cela da delegacia ao gravar áudios de presos às lideranças, envia fotografias de mandados de prisão e boletins de ocorrências e, por fim, ajuda na recuperação de armamentos, munições e dezenas de bananas de dinamite.

No diálogo que evidenciou o auxílio da jurista na recuperação das armas, um dos líderes do Comando, identificado como Tiago Telles, trata com uma integrante a respeito de buscar certa quantidade de explosivos que foram alvos de busca e apreensão da polícia, mas que não foram localizados porque já haviam sido retirados do local.

Aqui, chamou atenção dos investigadores o fato de Hindritty fazer uma ponte entre Tiago e a mulher de um dos alvos. No diálogo, Tiago avisa a integrante que apenas uma pessoa sabia onde os armamentos estavam e informa que a advogada faria a ponte com ela para recuperar o material bélico.

“Desta forma, a Advogada tem papel determinante no sucesso da empreitada criminosa de retirar armas, munições e dinamites do local. Tiago Telles questiona Paulo Henrique sobre o andamento do resgate das armas, munições e explosivos. Em resposta, seu braço-direito afirma que deu tudo certo. Ressalta-se: Dra. Hingritty não atuou como Advogada, mas sim como verdadeira criminosa ao intermediar a retirada dos citados objetos”, concluiu a PJC no relatório enviado à Justiça.

Durante o cumprimento dos mandados de prisão e busca e apreensão, os agentes encontraram R$100 mil em espécie na casa da advogada.

Gravatas

A Polícia Civil deflagrou, na terça-feira (12), em Tapurah, a Operação Gravatas, para cumprir 16 ordens judiciais, em Cuiabá e Sinop, com objetivo de desarticular  organização criminosa com a participação de advogados e de um policial militar. Ao todo, a PM cumpriu 8 mandados de prisão.

Capitaneados pelo jurista Roberto Luis de Oliveira, de Sinop, os advogados Hingritty Borges Mingotti, Jéssica Daiane Morostica e Tallis Lara Evangelista integram, segundo as investigações, o “braço jurídico” do grupo, prestando serviços que beneficiavam os criminosos em troca de vantagens financeiras.

A Polícia Civil afirma ainda que o advogado Roberto Luis de Oliveira, de Sinop, representou 205 clientes neste período. Desses, 168 eram ligados a uma facção criminosa, com envolvimento por tráfico de drogas, roubos e homicídios. 

Segundo a polícia, o grupo criminoso contou ainda com a ajuda do soldado da PM, Leonardo Qualio. A Polícia Civil afirma que a função dele era enviar, ilegalmente, dezenas de boletins de ocorrência para os advogados. 



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