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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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sensação de impunidade

Carlinhos Bezerra mentiu que foi a hospital e usou mãe como subterfúgio para não ser preso

Foto: Reprodução

Carlinhos Bezerra mentiu que foi a hospital e usou mãe como subterfúgio para não ser preso
Revestido pela sensação de impunidade, o empresário Carlinhos Bezerra, denunciado pelo homicídio qualificado de sua ex-companheira Thays Machado e de Willian Moreno, em janeiro de 2023, fez nove movimentações pela capital sem autorização da justiça, no período que deveria estar recolhido em casa. Informação consta na decisão que converteu sua prisão domiciliar em preventiva, proferida pela juíza Ana Graziela Vaz Correa, nesta quarta-feira (28).

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Carlinhos foi colocado em prisão domiciliar em novembro do ano passado, por força de habeas corpus, sob justificativa de que estaria com a saúde extremamente debilitada e que precisaria de tratamento adequado a ser promovido em casa, o que não seria possível de realizar caso continuasse no presídio Mata Grande, em Rondonópolis.

Ocorre que, além de não comprovar a aguda fragilidade de sua saúde, ele desrespeitou a ordem para que ficasse preso em casa enquanto aguarda seu julgamento, ainda não designado, perante o Tribunal do Júri.
Carlinhos fez nove movimentações desautorizadas, em fevereiro, no período que deveria estar recolhido em domicílio, desrespeitando a ordem judicial.

No dia 15, ele afirmou que pela manhã iria até o Hospital Santa Rosa para uma bateria de exames. Todavia, relatório de monitoramento daquele dia comprovou que ele, entre 00h e 12h, sequer foi até o hospital, inclusive, se locomovendo em direção contrária à unidade.

Visando se safar da cadeia, ele ainda acostou nos autos exames, laudos sobre tratamentos e consultas, além de atendimentos médicos, bem como sustentou que seria responsável pelos cuidados de sua mãe, Vera Dicke Bezerra.

Apesar disso, embora alegação de que estaria debilitado, acometido por diabetes, hipertensão e depressão, a juíza Ana Graziela apontou que ele goza de saúde e não conseguiu comprovar a fragilidade no seu quadro clínico.

Sobre alegação de que seria responsável pelos cuidados de sua genitora, a magistrada apontou que Carlinhos não é filho único e que possui irmã capaz de garantir as atenções a ela.

“Diante disso, infere-se dos autos que além de não ter comprovado a condição de extrema debilidade apta a fundamentar e justificar a manutenção da prisão domiciliar, o requerido, em desobediência à decisão judicial, infringiu a ordem, deslocou-se pela capital, sem a devida autorização, demonstrando o seu nítido espírito transgressor e o escárnio do requerido para com as ordens do Poder Judiciário e da sociedade”, anotou a magistrada.

Pedido de revogação da domiciliar foi feito pelo promotor de Justiça Jaime Romaquelli, após constatar que Carlinhos estava descumprindo as cautelares impostas e que estaria acostando laudos frágeis sobre a debilidade de sua saúde. 

Além disso, o Ministério Público (MPE) afirmou que ele se deslocou, sem autorização e acompanhado por seguranças armados, a supermercados, afrontando a Justiça, sociedade e os familiares das vítimas e testemunhas do processo. 

“No caso dos autos, ficou demonstrado que a prisão domiciliar em razão de extrema debilidade e as medidas cautelares, se tornaram inócuas, principalmente pelo fato do requerido descumpri-las reiteradamente, o que, por si só autorizaria sua revogação”, proferiu a magistrada, determinando que ele seja encaminhado, urgentemente, à  Penitenciária Central do Estado (PCE), na capital, ou à Penitenciária Ahmenon Dantas, em Várzea Grande.

A defesa, patrocinada pelo advogado Francisco Faiad, confirmou a prisão e salientou que entrará com Habeas Corpus assim que tiver acesso à decisão.
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