O juiz Bruno D’Oliveira Marques acatou pedido da ex-deputada estadual Luciane Bezerra e cancelou audiência que estava prevista para ocorrer no próximo dia 25, em processo que ela é acusada de receber propina conhecida como “mensalinho”, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), entre 2011 e 2015. Em valores atualizados, Bezerra teria recebido cerca de R$9 milhões.
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Bezerra apontou que não conseguiu acessar documentos em sigilo que estão nos autos. O magistrado se convenceu do argumento da ex-deputada e suspendeu a audiência, dando ainda 10 dias para que o Ministério Público do Estado (MPE) se manifeste sobre o pedido, além de determinar ao órgão que explique sobre o sigilo dos documentos, já que o processo em si não tramita em segredo.
Em agosto de 2017, diversos deputados estaduais foram vistos recebendo malotes com valores em dinheiro de Silvio César Corrêa, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa. O caso do suposto pagamento da vantagem indevida, ou propina, ficou conhecido como “mensalinho”, como forma de comprar apoio à Silval.
O ex-deputado estadual José Riva e o próprio Silval delataram o suposto esquema em acordo de colaboração premiada que cada um firmou com a Justiça. Luciane Bezerra foi uma política gravada recebendo a suposta vantagem.
Emanuel Pinheiro, Wagner Ramos, Oscar Bezerra, Gilmar Fabris, Hermínio Barreto, Alexandre César, Baiano Filho, José Domingos Fraga, Airton Português, Ezequiel Fonseca e Carlos Antônio Azambuja, também aparecem recebendo os valores.
Neste contexto, a ex-deputada Luciane Bezerra, que teve mandato no legislativo estadual entre 2011 e 2015, teria recebido no período R$ 2,4 milhões – que após sofrer juros e correção foi atualizado para R$ 9 milhões. Contando com o valor da indenização por danos morais coletivos, de R$ 2 milhões, o MPMT pede no total a devolução de R$ 11 milhões.
(1).jpg "Audiência sobre suposto")
