Olhar Jurídico

Domingo, 28 de abril de 2024

Notícias | Administrativo

OPERAÇÃO CURARE

Em depoimento, médico declara que dinheiro enviado à mãe era originário de plantões e pagou tratamento contra câncer

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Em depoimento, médico declara que dinheiro enviado à mãe era originário de plantões e pagou tratamento contra câncer
O ex-secretário adjunto da Secretária Municipal de Saúde de Cuiabá, médico Milton Corra da Costa, prestou depoimento à Polícia Federal na sexta-feira (28), em relação às investigações deflagradas na quarta fase da Operação Curare, na última semana (20). Milton foi alvo de mandados de busca e apreensão, juntamente com sua mãe, Maria Peixoto Corrêa da Costa. 

Leia mais:
Mãe de médico é investigada como 'laranja' em operação da Polícia Federal

Em relação à investigação sobre o envolvimento da mãe, que segundo a decisão judicial teria recebido R$ 300 mil de outro investigado na operação, decorrente de desvios na Saúde de Cuiabá, Milton esclareceu, por meio da defesa, que o valor era relativo aos plantões prestados durante a pandemia da covid-19, nos hospitais de campanha e enfrentamento à doença.

"A mãe dele mora no Rio de Janeiro e o pai dele também é médico e está fazendo um tratamento para câncer no momento. As empresas muitas das vezes na época da pandemia, como estavam as questões dos pagamentos, eles receberam os pagamentos à vista. Como ele praticamente morou dentro das unidades de saúde, nos hospitais de campana, os momentos que ele tinha, ele ia separando os valores para enviar à mãe para serem usados, caso fosse necessário, no tratamento de câncer do pai, que já está em um estado bem grave”, explicou o advogado de defesa, Hélio Bruno Caldeira, ao Olhar Jurídico.

Segundo a defesa, todas as declarações referentes aos valores repassados e recebidos por Milton foram prestadas durante a oitava na sexta-feira, esclarecendo os fatos aos investigadores federais.

“A princípio, ele foi intimado para ouvir em termos de declaração, ou seja, não há indiciamento formal em relação a ele na operação curare. Prestou todas as declarações pertinentes, relacionadas ao que foi perguntado a ele, principalmente pelo fato de trabalhar como médico na gestão publica antes da decorrência da operação Curare”, disse o advogado.

Milton é investigado pela Polícia Federal na operação que investiga uma organização criminosa que atuava para perpetuação à frente dos serviços de Saúde de Cuiabá. Se valendo, inclusive, da cooptação de então ocupantes de cargos diretivos na gestão municipal, mediante pagamento de vantagens indevidas. 

O médico é proprietário da empresa terceirizada Family Medicina e Saúde, investigada junto outras empresas como a VIP Prestação de Serviços Médicos, que teriam recebido um montante de R$ 3 milhões desviados do erário público.

A Polícia Federal investiga a ligação da empresa do médico com a outra envolvida na operação, pois Milton teria dissimulado a participação na VIP Prestação de Serviços Médicos para escapar da proibição de contratação com o Poder Público. 

A defesa do ex-secretário adjunto explicou que na época da licitação da empresa VIP Prestação de Serviços Médicos, Milton ainda não atuava no ramo empresarial da Saúde, pois estava atuando na linha de frente do combate à covid-19, nos hospitais municipais, sendo o Hospital São Benedito e o Centro de Referência Covid-19 (antigo Pronto-Socorro Municipal).

“Nessa situação que eles falam do vínculo do meu cliente com essas empresas, meu cliente já não tinha mais nenhum vínculo como funcionário público dentro da Administração Pública Municipal. Todos os contratos da Family foram por meio de pregões, dentro da legalidade. E os valores adquiridos após a saída dele da secretaria adjunta, foram referentes aos plantões nos hospitais de campana e demais plantões que vem prestando até hoje” explicou o advogado Hélio Caldeira.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet