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Cabo Gerson afirma que Gaeco ‘inventou’ ameaça do crime organizado contra Selma para grampear Silval

27 Ago 2018 - 17:42

Da Reportagem Local - Vinícius Mendes/ Da Redação - Wesley Santiago

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Cabo Gerson afirma que Gaeco ‘inventou’ ameaça do crime organizado contra Selma para grampear Silval
O novo depoimento do cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, nesta segunda-feira (27), voltou a mirar figuras da política mato-grossense. Desta vez, a juíza aposentada Selma Arruda, atual candidata ao Senado Federal, foi citada como a ‘cabeça’ do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Ele contou ainda que o promotor Marco Aurélio, chefe do grupo, teria inventado uma ameaça de facções contra a então magistrada para grampear o ex-governador Silval Barbosa e outros alvos. Por meio de nota, Selma negou tudo o que foi dito pelo cabo (leia abaixo na íntegra). 

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O cabo Gerson contou, em depoimento, que uma suposta ameaça de morte a juíza aposentada Selma Arruda (PSL) foi usada como pretexto para ‘barriga de aluguel: "A juíza procurou o Gaeco para falar da possível ameaça a ela. Fui designado para ir ao gabinete dela para conversar como seriam essas ameaças. Ela me narrou que uma assessora tinha recebido informações de que várias pessoas estavam em uma fazenda em que Riva também estava e começaram a falar de Selma, que queriam a cabeça dela e ela seria a chefe do Gaeco. Sabiam até a rotina dela. Eu fiz a apuração", frisou.
 
A denúncia de Selma teria sido feita pessoalmente pela então magistrada, o que chamou a atenção do cabo. Ele contou que ela não levou nenhum documento e se foi até lá, era porque tinha confiança: “Quando alguma coisa começa errado, termina da mesma forma”.
 
O cabo comenta ainda que alertou a ilegalidade ao promotor Marco Aurélio: "Falei ao doutor Marcos que o crime de ameaça não gerava interceptação. Então, simularam o crime de organização para poder grampear. Eu formulei a denúncia anônima. Foi combinado com Selma para se declarar impedida para julgar o caso que envolvia a ameaça e repassado ao substituto", salienta, antes de disparar: "não tinha nenhum fundamento contra Silval e outros. Tudo fui eu que fiz".
 
Além do ex-governador Silval Barbosa, também foram incluídos os números do filho dele, Rodrigo Barbosa e do empresário Filadelfo dos Reis. Ainda conforme o cabo, a ‘Operação Metástase’ ocorreu do mesmo modo: “Esta operação, a portaria de instauração dela já vem com um vício que dá para nós analistas a margem para fazer isso [inclusão de números]".
 
"Eu trouxe os exemplos aqui para por um ponto final neste modus operandi que acredito que não seja só do Gaeco, mas de várias agências de inteligência. Na ‘Operação Ventríloquo’ também teve, ‘Operação Imperador’ em 2011, todas elas foram feitos levantamento deste tipo", acrescentou o cabo.
 
Por fim, o militar relata que “essa operação da ameaça foi para investigar pessoas e não fatos, isso é fato. Agora, se queria depois disso instaurar um novo procedimento eu não sei informar, esta operação já nasceu morta porque o objeto não iria ser encontrado desta forma, porque foram investigadas pessoas e não fatos”.
 
Por meio de nota, o Gaeco afirmou que “pelo teor das matérias divulgadas na imprensa, os fatos apontados pelo cabo Gérson Corrêa não configuram ‘barriga de aluguel’. A utilização de dados cadastrais obtidos em investigações não é vedada e não pode ser confundida com ‘barriga de aluguel’”. Além disto, reafirmou que o órgão não se utiliza de qualquer prática ilícita na obtenção da prova.

Por meio de sua assessoria, Selma Arruda repudiou o que ela chamou de tentativa do cabo de envolvê-la no chamado caso da 'Grampolândia', ao afirmar que ela tinha conhecimento das fraudes conhecidas como “história de cobertura” para a ação ilegal de “barriga de aluguel”.

“Eu não sei que forças ocultas pressionaram ou convenceram o cabo para ele mentir sobre meu nome. Mas aí tem jabuti na árvore. Isso é enchente ou mão de gente (graúda)”, frisa a juíza aposentada.

Selma ainda acrescenta que "estranhamente agora, depois de iniciada a campanha, ele pede para falar e inventa essa história absurda. Eu fiz uma denúncia grave de ameaça para ser apurada. Os métodos e instrumentos da investigação não competem ao juiz, portanto, não cabiam a mim”.

Confira a nota de Selma na íntegra:

A candidata ao senado pela coligação Segue em Frente Mato Grosso, Juíza Selma Arruda (PSL), repudia a tentativa do cabo PM Gerson Pereira de envolvê-la no chamado caso da “Grampolândia”, ao afirmar que ela tinha conhecimento das fraudes conhecidas como “história de cobertura” para a ação ilegal de “barriga de aluguel”.

“Eu não sei que forças ocultas pressionaram ou convenceram o cabo para ele mentir sobre meu nome. Mas aí tem jabuti na árvore. Isso é enchente ou mão de gente (graúda)”, frisa a juíza aposentada.

No depoimento que prestou ao delegado Flávio Stringueta, em 16/10/2017, o cabo Gerson Pereira já havia afirmado categoricamente que “não teve mais contato com a juíza” após receber as informações sobre a eventual ameaça que a magistrada havia sofrido, e que, por essa razão, não poderia dizer se ela sabia ou não da criação da história de cobertura. 

“Estranhamente agora, depois de iniciada a campanha, ele pede para falar e inventa essa história absurda. Eu fiz uma denúncia grave de ameaça para ser apurada. Os métodos e instrumentos da investigação não competem ao juiz, portanto, não cabiam a mim”, esclarece a magistrada.

IMPEDIMENTO – Quanto ao fato de se declarar impedida para julgar um pedido de quebra de sigilo para investigar denúncia contra si, Selma Arruda esclarece que obviamente ela não poderia apreciar, fato corriqueiro em qualquer entendimento jurídico básico. “Fazer uma alegação dessa para tentar me incriminar chega a ser escárnio com a inteligência alheia”, frisa, afirmando que tomará as providências legais adequadas para impedir que a mentira prevaleça.
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