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Ao STF, Dodge pede que Wellington e Valtenir sejam investigados na Ararath

07 Mar 2018 - 10:15

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Senador Wellington Fagundes

Senador Wellington Fagundes

O senador Wellington Fagundes (PR) e o deputado Federal Valtenir Pereira (PSB) podem se tornar alvos da "Operação Ararath", que versa sobre crimes financeiros e enriquecimento ilícito praticados entre 2006 a 2014. É o que consta de um parecer emitido pela procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dogde, em 14 de fevereiro deste ano. Ela solicitou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que determine o estudo quanto a possibilidade de investigação de novos fatos envolvendo os dois políticos, tendo em vista as declarações feitas pelo colaborador premiado, o ex-governador Silval da Cunha Barbosa. 

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"Complemente os dados de prospecção para as investigações a serem levadas a efeito, considerando os anexos da colaboração de Silval Barbosa não abarcados na relação ora apresentada", diz trecho do pedido feito pela chefe da PGR no dia 14 de fevereiro.

Acusações contra Wellington:

Conforme a delação de Silval Barbosa, o senador Fagundes recebeu propina por meio de um esquema fraudulento envolvendo o programa MT Integrado, lançado no governo de Silval. O dinheiro desviado também teria beneficiado empresários, deputados estaduais, conselheiros do Tribunal de Constas de Mato Grosso (TCE-MT), além do deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), que teria recebido R$ 1 milhão.

Na delação, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Silval relata que houve fraude desde a licitação do MT Integrado até a liberação de recursos e fiscalização das obras. O programa, considerado um dos maiores de infraestrutura do Estado, previa investimentos de R$ 1,5 bilhão para a pavimentação de 2 mil km de estradas estaduais.

O MT Integrado, à época, era tocado pelo então secretário de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), Cinésio Nunes, que, de acordo com Silval, tinha sido indicado ao cargo pelo então deputado federal Wellington Fagundes.

Segundo Silval, Fagundes o pressionou para receber parte dos valores pagos pelo Estado para construtoras que atuavam no programa.

No caso do TCE, a pressão para o pagamento era tamanha, que, segundo Silval, o órgão fiscalizador chegou a paralisar as obras do programa em determinado momento em que a propina deixou de ser repassada. 

Silval disse ter sido procurado em 2012 pelo então presidente do TCE, José Carlos Novelli, que pediu o pagamento de propina para ele e mais quatro conselheiros. O valor combinado, para ser divido entre os cinco, foi de R$ 53 milhões, conforme o ex-governador.

Acusações contra Valtenir:

Narra Silval Barbosa que no começo de 2011, em razão das fortes chuvas, foi decretada situação de emergência no município de Colniza (a 1100 km de Cuiabá), as pontes tinham sido arrastadas e a cidade estava ilhada. O Ministério da Integração veio até Cuiabá e prometeu recursos para o Governo do Estado de Mato Grosso reconstruir as pontes.

Ao todo, o Ministério R$ 30 milhões para o início das obras, entrega de recurso que contou com a articulação do deputado federal e presidente do PSB, Valtenir Pereira, em Brasília. “Ajuda” que não sairia de graça. Segundo Silval Barbosa, Valtenir Pereira lhe procurou para exigir de 10% a 20% do valor total da obra, isto é, de R$ 3 milhões a R$ 6 milhões, alegando que havia “trabalhado nesse processo”.

O então governador declinou do pedido, alegando não ter condições de atendê-lo. Se quisesse a propina, “que procurasse a empresa responsável pela execução da obra”.

O delator não sabe dizer o desfecho do caso, isto é, se Valtenir de fato procurou a empresa.

O outro lado:

Olhar Jurídico contactou a assessoria de imprensa de Wellington Fagundes, que emitiu a seguinte nota.


NOTA À IMPRENSA

O senador Wellington Fagundes não comenta assuntos que estão submetidos ao exame do Poder Judiciário, mas reitera que defende a mais ampla apuração do caso.

Assessoria de Imprensa


Não conseguimos contato com a assessoria de imprensa de Valtenir Pereira.

* com informações de Diário de Cuiabá.
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