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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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OPERAÇÃO CÉLULA MÃE

Deputado confirma uso de verbas para “assistencialismo” ilegal e nomeia Riva como criador de mecanismo

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Deputado Mauro Savi (PR) é ouvido pela juíza Selma Arruda

Deputado Mauro Savi (PR) é ouvido pela juíza Selma Arruda

O deputado estadual Mauro Luiz Savi (PR) foi ouvido pela juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal, nesta quarta-feira (24), como testemunha de defesa no processo oriundo da “Operação Célula Mãe”, em que figura seu ex-colega de Assembleia, José Geraldo Riva, acusado de ter comandado um esquema de fraude de R$ 2,6 milhões em pagamentos com verbas de suprimento. Além dele, os acusados e colaboradores Hilton Carlos da Costa Campos e Marisol Castro Sodré também serão ouvidos em fase de interrogatório. Savi admitiu que verbas eram usadas para gastos "sociais". "Assistencialismo infelizmente dá votos", admite.

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Audiência: 

Na chegada ao Fórum de Cuiabá, para participar da audiência, o deputado Mauro Savi confirmou ser comum, em gestões passadas, a utilização por parte dos deputados da verba de suplementos para “assistencialismo”. Segundo o parlamentar, Riva e seus aliados que criaram o mecanismo: “Eles que inventaram esse ‘troço’ aí”, afirmou.

A audiência começou às 13h47. Savi afirma à juiza que é amigo íntimo de José Riva. À defesa do mesmo, explicou que a Verba de Suprimento era um direito de todos os gabinetes, não só da presidência. Afirma que os escritórios de televisão, de contabilidade e o Instituto de Memoria são ligadas à presidência da casa.

Ele revela não ter conhecimento de quem instaurou a Verba de Suprimentos na AL, tampouco se fora Riva quem a propôs, pois ela já existia quando Savi iniciou sua vida no legislativo regional.

"Da minha parte não". Savi diz que nunca percebeu qualquer esquema para saquear os cofres públicos na Casa. Mas revela que demandas "sociais" eram diárias e, em tom de lamento, explica que políticos precisam de votos e que "assistencialismo, infelizmente, dá votos".

Ele afirma não ser amigo de Geraldo Lauro, mas que via nele uma pessoa boa, honesta e tranquila.

Ao MPE, explicou que Verba de Suprimento "certo ou errado era usado" para assistencialismo, sim. Mas que o limite de gastos era estipulado pela mesa diretora da AL.

Entenda o Caso:

De acordo com a denúncia, Riva, o suposto mentor dos outros dois esquemas citados anteriormente, também figura como principal articulador do conchavo que teria lesado os cofres públicos em cerca de R$2,6 milhões, entre 2010 e 2014, desviando as extintas “verbas de suprimento de fundos”, destinadas, na época, para pequenos gastos mensais de cada gabinete, com valores entre R$ 4 mil e R$ 8 mil.

Conforme a denúncia, o ex-parlamentar usava o dinheiro enviado ao seu gabinete para o pagamento de despesas pessoais, como o combustível de sua aeronave e honorários advocatícios, além de servir também para corromper políticos e lideranças do interior com um “mensalinho”.

A fraude ocorreu por meio de aquisições fictícias - de produtos como marmitas e materiais gráficos - feitas com a antiga verba. As notas fiscais utilizadas para justificar as compras eram falsificadas.

Segundo o testemunho de alguns servidores, eles eram coagidos a realizar pequenos saques e, posteriormente, repassavam os valores, em espécime, aos líderes do esquema (Geraldo Lauro e Maria Helena Caramello), que eram chefes de gabinete de Riva, então presidente da ALMT.

Na fase de depoimentos, Caramello teria novamente coagido testemunhas com o propósito de blindar Riva. Além disso, segundo os autos, o advogado Alexandre Nery teria prestado assessoria jurídica aos servidores na tentativa de ‘moldar’ um discurso que dificultasse a descoberta da verdade.

São réus nesta ação: José Geraldo Riva, Maria Helena Ribeiro Ayres Caramelo, Geraldo Lauro, Hilton Carlos da Costa Campos e Marisol Castro Sofré.
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