Os procuradores da República, Marcellus Barbosa Lima e Fabrício Carrer, consideraram infundada a suspensão do julgamento do empresário Josino Pereira Guimarães - acusado de mandar matar o juiz Leopoldino Marques do Amaral, em 1999 -, que estava marcado para a próxima quarta-feira (24). O Ministério Público Estadual (MPE) ainda consultará o governador Pedro Taques (PSDB), já que eles seria uma “enciclopédia” sobre o caso.
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O procurador Fabrício Carrer se disse frustrado com a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de suspender o julgamento: “O primeiro sentimento foi de frustração. Ouvimos os comentários pela imprensa, dizendo que o STJ havia suspendido. Depois, fomos atrás e constatamos que foi isto mesmo. Ficamos surpresos, estamos trabalhando no caso há alguns meses. São três inquéritos muito volumosos (30 volumes), que estamos 24 horas em cima. A nosso ver, com todo o respeito, foi uma decisão totalmente infundada”.
“A sociedade clama por justiça, é um crime que aconteceu há quase 17 anos. A justiça demora muito e isso causa uma sensação de impunidade. É um júri complexo, que envolve pessoas importantes do estado. Tudo isto leva a sociedade a ter a impressão de que quem tem poder, não é julgado”, afirmou o procurador Marcellus Barbosa.
Ainda foi revelado, durante entrevista coletiva, que o governado Pedro Taques irá colaborar com os procuradores, passando informações sobre o caso: “Ele não será ouvido como testemunha. Marcamos uma reunião já que ele acompanha o caso desde o inicio. Além disto, acompanhou todo o júri da Beatriz, ofereceu denúncia contra o Josino, então tem muito conhecimento dos autos e extra autos”.
A decisão do STJ suspendeu a audiência até que o mérito do habeas corpus de Josino seja julgado. Até lá, os procuradores terão de aguardar uma nova data. Caso seja dada uma negativa ao pedido, a expectativa é que um novo julgamento seja marcado o quanto antes. Por fim, os procuradores não acreditam que o crime possa prescrever.
Suspensão
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu na noite de quinta-feira (18), liminar impetrado pela defesa do empresário Josino Pereira Guimarães, de modo fica suspenso o segundo tribunal que o julgaria no dia 24 deste mês. Josino foi denunciado no ano 2000 pelo Ministério Público Federal (MPF), acusado de ser mandante de assassinato do juiz de direito Leopoldino Marques do Amaral.
Essa seria a segunda vez que Josino Guimarães seria submetido à um tribunal composto por sete jurados representantes da sociedade. Em 2011 ele já fora julgado, considerado culpado pelos jurados, entretanto, em decisão considerada “contraditória” pelo MPF, acabou sendo absolvido. O que forçou o órgão federal à recorrer do resultado, pedindo anulação do julgamento.
Morte de Leopoldino
O juiz Leopoldino Marques do Amaral foi tragicamente assassinado após denunciar um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Seu corpo foi encontrado duas marcas de disparos por arma de fogo na região na cabeça, jogado em uma vala, ao lado de uma estrada de terra batida, que liga as cidades de Loreto e Concepción, no Paraguai, no dia 07 de setembro de 1999. O corpo estava parcialmente carbonizado.
