A 14ª promotora de Justiça Criminal do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MP-MT), por meio da promotora Ana Cristina Bardusco, solicitou a Polícia Judiciária Civil (PJC) que faça investigações para apurar suspeitas de que a esposa do ex-secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi, Marnie Almeida Cláudio de Cursi, fosse proprietária de uma empresa que serviria - supostamente - para prática de lavagem de dinheiro. A decisão tem o intuito de complementar as investigações da "Operação Sodoma", cujo processo penal ordinário se encerra com o interrogatório do réu Silval Barbosa, nesta terça-feira (23).
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De acordo com as investigações preliminares e com base nos documentos publicados pelo site Folhamax, a empresa individual M. de A. CLAUDIO – EPP foi aberta em 06 de julho de 2012 e está instalado em um edifício exclusivamente residencial na rua Buenos Aires, bairro Jardim das Américas.
Segundo o Banco de Dados da Delegacia Especializada (JUCEMAT), a empresa atuaria no ramo de serviços de escritório e administração, isto é, fazia curadoria de arquivos e documentos de empresas e escritórios.
Entretanto, segundo a promotora, é possível que a empresa fosse além destas funções e servisse para lavagem de dinheiro, uma vez que há fortes indícios de movimentação financeira atípica e considerando que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) havia percebido o mesmo, anteriormente.
A promotora ainda requer a continuidade das investigações em relação aos cheques depositados pela empresa Tractor Parts, de propriedade de João Batista Rosa (ex-delator e vítima no esquema da “Sodoma”) e cujo empresário, Francisco Carlos Ferres, dono da Invest Fomento Mercantil Ltda, figura como favorecido. De acordo com MPE, Ferres estaria “embaraçando a apuração dos fatos”.
Operação Sodoma
A operação acontece no âmbito de inquérito policial que investiga uma organização criminosa composta por agentes públicos que ocuparam cargos do alto escalão do Governo do Estado nos anos de 2013 e 2014, e apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Silval Barbosa, o ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf e o ex-secretário de Receita Marcel de Cursi, todos suspeitos de liderar os crimes, estão presos pelo esquema. A operação foi realizada em conjunto pela Delegacia de Combate à Corrupção, Ministério Público Estadual, Secretaria de Fazenda de Mato Grosso e Procuradoria Geral do Estado, com apoio do Sistema de Inteligência do Estado.
O processo está em sua última fase, a de interrogatórios com os réus, o ultimo a ser ouvido será o ex-governador, Silval Barbosa, nesta terça-feira (23).
