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Júri condena a 18 anos de reclusão homem que tentou matar e mutilou genitália da esposa

Da Redação - Pedro Coutinho

O Tribunal do Júri de Colniza (1.065km de Cuiabá) condenou José Odair Ildefonso Ribeiro a 18 anos, 11 meses e dezessete dias de reclusão por tentar matar, torturar e manter em cárcere privado e mutilar a genitália de D.P.S., à época dos fatos com 21 anos, na frente da filha dela. Ele foi preso pela Polícia Civil em maio de 2022 em um barraco no meio da mata, na zona rural do município. José terá de cumprir a pena em regime inicial fechado e não terá o direito de recorrer em liberdade, mantendo-se a prisão cautelar.

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O Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e autoria dos crimes, bem como que o homicídio tentado foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio). Atuou no julgamento o promotor de Justiça substituto Bruno Barros Pereira.

Conforme a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso, o crime aconteceu em maio de 2022, na residência em que o condenado vivia com a vítima e a irmã dela, no distrito de Taquaruçu do Norte.

Conhecido como “Negão das duas mulheres”, José Odair tentou matar D.P. da S. na frente da filha deles, de apenas nove meses. “Em seguida, o denunciado, em posse de uma espingarda, calibre 22, atirou contra a vítima, tentando ceifar sua vida, porém, tendo em vista que o cartucho se encontrava molhado a arma de fogo não disparou”, consta na denúncia.

Ele praticou os crimes motivado por ciúmes, acreditando que a companheira o havia traído. Para obter a confissão dela, José a torturou, agrediu com murros e pontapés, de forma que lhe arrancou dois dentes.
Diante da sessão de tortura, ela acabou confessando a traição e, com isso, José continuou a espancando durante toda a noite. A irmã da vítima tentou intervir, mas também acabou apanhando.

“Não satisfeito em torturar a vítima por horas por meio de agressões físicas e mentais, o denunciado pediu para a vítima abrir as pernas e disse-lhe que cortaria suas partes íntimas para não mais ter relações sexuais e não sentir prazer com outro homem, bem como para lembrar-se dele quando fizesse sexo e com o auxílio de uma faca cortou suas partes íntimas”, acrescentou o MPE na peça acusatória.

José Odair ainda manteve as vítimas em cárcere privado, não permitindo que saíssem de casa para pedir socorro. As mulheres foram resgatadas 24 horas após o início das agressões. 

 
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