A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) concedeu liberdade a Alzira Silvério Franceschini, suspeita de ter mandado matar o genro, Roberto Candido Mateus, de 42 anos, mediante recompensa de R$ 25 mil. Ele foi morto a tiros, em 2019, no município de Tabaporã (672 km de Cuiabá).
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O julgamento foi realizado na última semana e presidido pelo desembargador Marcos Machado. Por unanimidade, foi concedido parcialmente a liberdade de Alzira.
Consta no documento que, além de ser réu primária e confessar ser mandante do crime, ela delatou os comparsas com o intuito de reforçar a colaboração com a justiça.
Apesar da concessão de liberdade, foi determinado as medidas cautelares para:
- Declarar e comprovar o endereço onde poderá ser encontrada
- Comparecimento mensal perante o Juízo, até o quinto dia útil, para informar e justificar suas atividades
- Não se ausentar da Comarca, sem autorização judicial, comunicando à autoridade judiciária, imediatamente eventual mudança de endereço
- Não se envolver em outro fato ilícito
Entenda o caso
Alzira Silverio Franceschini, Leticia Jheneffer Alves Freitas, Amilson Santos Pereira e Jader Hoffman Pereira foram denunciados por homicídio qualificado, mediante paga ou promessa de recompensa, por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
De acordo com a denúncia, o crime foi orquestrado por Alzira, que pagou R$ 25 mil em cheque a Leticia e Amilson para que encontrassem alguém para cometer o crime.
Após descontar o cheque, Amilson teria contratado o primo Jader por R$ 15 mil para executar a vítima, recebendo R$ 5 mil adiantados e o restante após o crime. Na data do fatos, Jader supostamente dirigiu-se até uma estrada que dava acesso à fazenda em que Roberto Mateus trabalhava e, quando avistou o veículo da vítima se aproximando, fez sinal para que parasse.
Aproveitando-se do fato de que a vítima o conhecia, teria efetuado diversos disparos de arma de fogo em sua direção. A Polícia Militar recebeu denúncia anônima e, ao chegar no local, encontrou a vítima já sem vida.
Segundo a promotora de Justiça Anízia Tojal Serra Dantas, o crime foi praticado mediante paga ou promessa de recompensa, por motivo torpe, uma vez que Alzira arquitetou a morte do genro motivada pelo desejo de que sua filha ficasse com a posse dos bens patrimoniais do ofendido após o divórcio do casal, com emprego de meio cruel, visto que a vítima foi atingida por reiterados disparos de arma de fogo, e mediante recurso que dificultou a defesa de Roberto Mateus, que foi pego de surpresa.
Foi apontado ainda que o crime teria sido ordenado porque "ele estava em processo de separação extremamente conturbado" com a filha de Alzira.