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Notícias / Criminal

Justiça decide soltar policial penal e três alunos de cursinho acusados de fraude em concurso da segurança pública

Da Redação - Wesley Santiago

A Justiça decidiu soltar os três alunos e o policial penal, que também é professor de cursinho, presos em Cáceres (250 km de Cuiabá), suspeitos de tentarem fraudar a prova do concurso da Segurança Pública. Um deles precisou pagar um salário mínimo.

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Denúncia obtida pela Polícia Civil de Cáceres relata que Carlos Eduardo de Miranda Coene, 43 anos, teria pago R$ 50 mil para o policial penal Luis Antônio D’Agosto, 40 anos, fazer a prova em seu lugar.
 
Além dele, foram presos Marcos Aurelio Conceição, 37 anos, e Denilton Dias Feitosa, 41 anos. Todos os detidos são de Cuiabá e alunos de um curso preparatório de Luiz Antônio.
 
O juiz de direito plantonista Henriqueta Fernanda C. A. F. Lima, disse não ter vislumbrado a presença do risco à ordem pública, à ordem econômica, à aplicação da lei penal, tampouco à instrução criminal.
 
Além disto, explica que os requeridos se tratam de servidores públicos, com renda e endereços fixos, com histórico de carreira ilibado, além de não possuir antecedentes. “Por ora demonstra que, mesmo solto, não irá prejudicar a instrução processual ou voltar a cometer delitos”, diz trecho da decisão.
 
O magistrado ainda cita a pandemia da Covid-19 como motivo para a soltura. Calor Eduardo, Denilton Feitosa e Marcos Aurélio foram soltos sem o pagamento de fiança. Já Luis Antônio precisou pagar um salário mínimo.
 
Todos ainda foram proibidos de frequentar bares, boates, casas noturnas, prostíbulos e congêneres, durante o dia e à noite; mudar de residência sem comunicação ao juízo e de se ausentar da cidade onde mora sem autorização.
 
O caso
 
Após investigação para apurar denúncia de que um candidato teria contratado uma pessoa para fazer a prova em seu lugar, a equipe da Polícia Civil esteve na Escola Estadual União e Força, onde Luiz Antônio fazia a prova no lugar de Carlos Eduardo.
 
Luiz Antônio teria trocado a foto do Registro Geral de Carlos Eduardo e vice-versa. Ao ser questionado sobre a fraude, o policial penal disse que Carlos Eduardo seria ruim em redação e por isso, estaria fazendo a prova em seu lugar.
 
Enquanto isso, Carlos Eduardo se passava por Luiz Antônio na Escola Estadual Rodrigues Fontes. Ele também foi retirado da sala e ao encaminhá-lo para a viatura, os investigadores notaram um volume na sua cintura.
 
Ele confessou ser um celular, que estava envolto em material com silicone para tentar dissimular o sinal e a fiscalização. Disse ainda que pelo celular, o falso candidato (professor), que faria a prova em outro local, passaria as respostas da prova.
 
O professor de cursinho confessou que mais dois comparsas também estavam envolvidos na fraude e seriam beneficiados. Estes dois foram identificados como Marcos e Denilton e conduzidos à Delegacia de Cáceres.
 
Com eles também foram encontrados aparelhos celulares escondidos em uma caixa de silicone, como tentativa de burlar a fiscalização. Conforme declarações dos suspeitos, eles haviam combinado com o professor, sinais para o recebimento das respostas da prova.
 
Denúncia obtida pela Polícia Civil de Cáceres relata que Carlos Eduardo teria pago R$ 50 mil para o policial penal Luiis Antônio fazer a prova em seu lugar.
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