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Após choro, julgamento de Josino é suspenso por juiz e deve retornar amanhã

Da Redação - Lázaro Thor Borges/Do Local - Arthur dos Santos Silva

Olhar Jurídico acompanha nesta terça-feira (22) o júri popular em face do empresário Josino Guimarães, acusado pela prática de homicídio do juiz estadual Leopoldino Marques do Amaral, que foi encontrado morto no Paraguai, em setembro de 1999.

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No início de seu depoimento, Josino disse que pegou empréstimo com várias pessoas, inclusive com o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso Odiles Freitas Souza. Contou que pegou dinheiro emprestado com Chico Badotti e Valdir Piran. 

Josino também negou que tenha recebido o traficante Fernandinho Beira-mar em sua casa antes do assassinato de Leopoldio. A informação foi prestada pelo Ministério Público Federal durante a oitiva do acusado. Segundo o MP, a Assembleia Legislativa comunicou oficialmente à Polícia Federal sobre a presença do traficante em uma fazenda de Josino no interior de Mato Grosso.

Acusação questionou se Josino se reuniu com Jesus no escritório de Valdir Piran para dar uma "arrocho" em um dono de uma construtora. Josino negou as informações. O MPF também apontou para a existência de uma fotografia do sargento José Jesus de Freitas durante um evento político do ex-governador Júlio Campos.

"Não o conhecia, sempre quis distância dele, a fama dele não era boa", afirmou Josino ao negar as acusações de proximidade com o militar. Jesus afirmou em depoimento que recebeu proposta de Josino para matar o juiz Leopoldino.

Após questionamentos do MPF, a defesa passou a realizar perguntas a Josino. Em seu depoimento, o réu contou que ficou deprimido dentro da prisão e que chegou a sofrer extorsão do próprio adovgado. Josino citou capas de jornais em seu nome e lembrou que já foi conhecido como o maior vendedor de tratores do país e que depois da acusação nunca mais conseguiu voltar a trabalhar no ramo. 

Após algumas perguntas, a defesa de Josino pediu para que a sessão fosse suspensa e retornasse amanhã, na quarta-feira (22).  Durante as perguntas da defesa Josino chorou em depoimento ao lembrar sua posição de destaque na alta sociedade. O réu ficou emocionado quando o seu advogado lembrou sua proeminência social antes de ser acusado pela morte do juiz Leopoldino Amaral. 

Primeiro depoimento

Iniciado na segunda-feira (21), foram ouvidos Alexandre Bustamante (testemunha de acusação), Claudio Luiz Rosa (testemunha do juízo), Jorge Barbosa Caramuru (testemunha de acusação), Joamildo Aparecido Barbosa (testemunha de acusação), Beatriz Árias (informante), José Pinto de Luna (testemunha de defesa, Daniel Ruiz Balde (testemunha de defesa), Cézar Augusto Martinês (testemunha do juízo).
 
Josino chegou a ser absolvido pelo Tribunal do Júri, julgamento realizado entre 29 de novembro de 2011 e primeiro de dezembro de 2011. O julgamento foi anulado pela 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que deu provimento a apelação interposta pelo MPF. 
 
Contra tal decisão, a defesa opôs embargos infringentes e de nulidade, que foram rejeitados. Posteriormente, impetrou habeas corpus, dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, tendo sido concedida medida liminar para suspender a realização de novo julgamento, designado para o dia três de fevereiro de 2016.
 
A sessão foi cancelada, determinando o sobrestamento do feito até o julgamento definitivo. A 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu, por unanimidade, pelo não conhecimento do Habeas Corpus. O feito foi, então, incluído na reunião do Tribunal do Júri de 21 de fevereiro de 2022.
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