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Notícias / Civil

Delação citou alvo da Operação Sócio Oculto como 'caminho' de propina a ex-prefeito

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Delação premiada dos executivos da Galvão Engenharia aponta que a empresa Eletroconstro Prestação e Terceirização de Serviços Ltda foi citada como participante de esquema para pagamento de propina ao ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, durante o ano de 2011.

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A Eletroconstro voltou a ganhar manchetes de jornais na terça-feira (27), após deflagração da Operação Sócio Oculto, na cidade de Várzea Grande, visando dar cumprimento a mandados de busca e apreensão sobre outra suspeita de fraude, gora datada de 2019.
 
Informações sobre o suposto esquema com Chico Galindo foram divulgadas em 2020 em reportagem do site Congresso em Foco. Mario de Queiroz Galvão disse que, em 2011, o grupo desembolsou R$ 44 milhões em propina para o então prefeito de Cuiabá. O repasse, segundo o delator, foi feito para que a CAB Ambiental vencesse a licitação de saneamento básico na capital.

Parte da propina, prosseguiu o delator, foi repassada, no valor de R$ 6,4 milhões, por meio da Eletroconstro Prestação e Terceirização de Serviço Ltda. Colaborador também contou que foi realizado um contrato de R$ 7,4 milhões com a Construtora Nhambiquaras Ltda, que, assim como a Eletrocontro, atualmente é foco da Operação Sócio Oculto.
 
Sócio oculto
 
O Ministério Público deflagrou na manhã de terça-feira (27) a Operação Sócio Oculto, na cidade de Várzea Grande, visando dar cumprimento a mandados de busca e apreensão, expedidos pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva.
 
A operação se dá no curso de um inquérito policial, presidido pelo delegado de polícia Rodrigo Azem Buchdid, que foi instaurado para apurar possível direcionamento de licitação e superfaturamento dos serviços de varrição de praças e vias públicas, objeto do Contrato nº 93/2019, no valor de R$ 48.745.826,56, firmado em 12 de fevereiro de 2019 entre o Município de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, e a empresa Eletroconstro Prestação e Terceirização de Serviços Ltda.
 
As investigações realizadas até o momento apontam várias irregularidades na execução do Contrato nº 93/2019, notadamente, o fato de a empresa não disponibilizar o número de trabalhadores para a realização dos serviços de limpeza, conforme previsto, e, inclusive, deixar de promover a regular varrição dos logradouros, não obstante estar sendo paga com regularidade.
 
Além disso, há indicativos de atos fraudulentos nos atos constitutivos da empresa, que não foram levados em conta por ocasião do processo licitatório, além de relações suspeitas entre a Eletroconstro e outras pessoas físicas e jurídicas, notadamente com a Construtora Nhambiquaras Ltda.
 
Foram descobertas, também, no curso dos trabalhos investigativos, procurações recíprocas outorgadas entre os sócios-proprietários das empresas envolvidas, algumas conferindo poderes amplos e irrestritos sobre a gestão das companhias, denotando a existência de vínculos inusuais entre a Eletroconstro e a Construtora Nhambiquaras Ltda. Esse fato, somado a outros, sugerem que os proprietários formais da Eletroconstro sejam meros “laranjas” da empresa.
 
A ordem emanada pelo desembargador Luiz Ferreira determinou a busca e apreensão de documentos, computadores e celulares.
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