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Novo presidente do TRE diz que voto impresso torna fraude 'coisa comum e corriqueira'

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Eleito na terça-feira (27) presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TER-MT), o desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha teceu críticas à possibilidade de retorno do voto impresso. Segundo ele, a fraude era comum antes da implementação da urna eletrônica.

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“Os mais velhos sabem o que era um voto de papel, sabem como era feita a eleição em si, desde o momento do alistamento para pegar um título até você depositar aquele voto na urna de lona. A fraude era coisa comum e corriqueira, todos sabiam, só que ninguém fazia nada, não havia punição, o próprio mesário agia em prol do seu candidato. Existia um mapa onde eram colocados os votos, nós  fomos juízes eleitorais nessa época, não havia o que se fazer, a pessoa que estava apurando cantava a quantidade de votos e a pessoa no mapa escrevia esse número, mas isso nem sempre batia, colocava-se um a mais ou a menos para o seu candidato, era surreal”, relatou o desembargador Carlos Alberto.
 
Conforme Carlos Alberto, a urna eletrônica “não tem mais volta”. Segundo o desembargado e ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, não é possível retroagir.
 
“Entregar um comprovante de votação na mão do eleitor é o mesmo que institucionalizar a compra de voto. O eleitor com seu comprovante em mãos vai até o candidato A e ‘cobra’ o valor combinado, indo logo em seguida ao candidato B. É isso que vai ocorrer. Então esse voto impresso na mão do eleitor você está ferindo o livre direito dele de votar, o direito de escolha. Esse tipo de voto nós não podemos ter nunca mais. Agora, aprimorar a urna eletrônica, sim, precisa ser constante”, finalizou.
 
Escolhido por aclamação pelos membros da Corte, Carlos Alberto terá ao seu lado como vice-presidente e corregedora eleitoral, a desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho. Nomes ocuparão o biênio 2021/2023.
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