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Nadaf utilizou propina da Geosolo para pagar gado comprado de ex-secretário, afirma MPE

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Ex-secretário de Casa Civil de Mato Grosso, Pedro Nadaf utilizou parte de propina paga pela construtora Geosolo para comprar gado do também ex-secretário de Estado, Cézar Roberto Zílio. Informação consta em denúncia recente do Ministério Público (MPE), datada do dia 19 de janeiro. Segundo os autos, Nadaf foi responsável por operacionalizar R$ 275 mil.
 
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Cézar Zílio, por sua vez, utilizou o nome do próprio pai, pessoa identificada como Antelmo Zílio, para receber o dinheiro enviado por Nadaf. Consta na ação que Antelmo recebeu um cheque de R$ 30 mil.
 
Em depoimento juntado aos autos, Pedro Nadaf, na condição de delator, confessou crime ao afirmar que “confirma que realmente comprava gado de César Zilio com certa regularidade e que para tanto se utilizava de valores ilícitos”.
 
Cézar Zílio, na condição de delator premiado, explicou ainda que o empresário Mario Pirondi recebeu cheques oriundos de Pedro Nadaf como pagamento de imóvel localizado na Avenida Beira Rio, próximo à casa de festas Musiva.
 
Conforme informações reveladas pela Operação Sodoma, o terreno de Pirondi foi comprado pelo ex-secretário César Zílio com recursos oriundos de propinas recebidas de empresários que mantinham contratos com o Estado, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa.
 
O caso

O Ministério Público de Mato Grosso denunciou os ex-secretários de Estado e atuais colaboradores premiados, Pedro Nadaf e César Roberto Zílio, por suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro durante o ano de 2013. Caso será julgado na Sétima Vara Criminal de Cuiabá. 
 
Conforme os autos, crimes ocorreram na Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana. Processo tem como base delação premiada firmada pelo empresário Filinto Muller.

Foram denunciados ainda o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, vulgo Chico Lima, e os empresários José Mura Júnior, Pedro Augusto Mura e Eder Augusto Pinheiro.
 
Segundo acusação, ação é baseada em investigação sobre vantagem indevida na importância de R$ 900 mil paga por José Mura para liberação de valores de “restos de obras” do Governo do Estado de Mato Grosso, no valor de R$ 1,861 milhão.

De acordo com o apurado, para que fosse pago o valor de restos de obras à empresa Geosolo Engenharia, o empresário José Mura prometeu o pagamento de vantagem indevida a Chico Lima, no valor de R$ 900 mil.
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