A Justiça de Mato Grosso autorizou o processamento do pedido de recuperação judicial protocolado pelo Grupo Farol, responsável pela construção do Shopping Pantanal, e do Várzea Grande Shopping, ambos na região metropolitana. A decisão foi deferida pela juíza da 1ª Vara Cível de Cuiabá, Anglizey Solivan de Oliveira, nesta sexta-feira (25) e suspende por 180 dias todas as ações e execuções promovidas contra as empresas requerentes, por créditos sujeitos aos efeitos da recuperação judicial.
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O Grupo, que é composto por oito empresas, sendo seis voltadas para a construção civil e duas de atividades turísticas atuantes no ramo hoteleiro no município de Chapada dos Guimarães, apresentou um passivo de R$ 11,5 milhões.
Dentro de 60 dias terá que apresentar um plano de recuperação judicial observando todas as exigências contidas na Lei N.º 11.101/2005 que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Com o prazo de blindagem de seis meses, todas as empresas integrantes do Grupo Farol terão a oportunidade de buscar meios para honrar os compromissos com os credores, fornecedores e funcionários sem ter que fechar as portas e nem demitir colaboradores.
A recuperação judicial é conduzida pelo escritório Mestre Medeiros Advogados Associados, e para ser o administrador judicial foi nomeada a empresa Alfajudud Administração Judicial LTDA.
De acordo com as informações do processo, o Grupo Farol fundou sua primeira empresa em 1986. Depois, em 2001 foi constituída mais uma empresa visando alavancar as atividades. No decorrer dos anos as empresas obtiveram grande êxito na construção e desenvolvimento de macro projetos, como, por exemplo, a construção dos Shoppings Pantanal e de Várzea Grande, dentre outras obras de volume considerável.
Em 2011 foram fundadas mais duas empresas voltadas ao desenvolvimento e construção imobiliária. Depois, foram constituídas mais duas empresas que exploram a propriedade denominada “Pousada Casa da Quineira” em Chapada dos Guimarães.
Crise
O Grupo informou que sempre atuou de forma estruturada, quitando pontualmente todos os seus credores, mas devido a fatos supervenientes somados com a crise econômica que afetou diretamente a construção civil, ingressou no cenário que vem se agravando com o passar do tempo. Para permanecer no mercado e minimizar os impactos no seu fluxo de caixa, as empresas adotaram medidas drásticas, mas “o inadimplemento de vários entes da Administração Pública”, compeliu o grupo a buscar capital de giro junto às instituições financeiras.
A crise enfrentada pelo Grupo se agravou em virtude de diversas demandas trabalhistas ajuizadas em face das empresas implicando em déficit de fluxo de caixa, além dos impactos negativos da pandemia da covid-19 que atingiu diretamente o ramo da construção civil e da hotelaria.
Dessa forma, ingressara com pedido de recuperação judicial para “satisfazerem todos os seus credores e se reestruturar”. O Grupo Farol é formado pelas empresas: Farol Empreendimentos e Participações S/A, Encon Engenharia de Construção S/A, Construtora Athos S/A, Edifício Amadeus Commerce Ltda, Edifício Saint Riom Ltda, Union FDV Participações Ltda, MC - Hotelaria e Turismo Ltda e LM - Hotelaria e Turismo Eireli.