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Notícias / Criminal

Valores desviados beneficiaram operadora financeira que delatou em 2016

Da Redação - Arthur Santos da Silva

Operadora financeira e colaboradora premiada em acordo datado de 2016, Marilena Aparecida Ribeiro é apontada como possível beneficiária de parte do dinheiro desviado nos contratos feitos pelo antigo Centro de Processamento de Dados de Mato Grosso (Cepromat). Conforme a Operação Quadro Negro, o prejuízo estimado pelos crimes é de R$ 10 milhões. O apontamento consta em decisão que decretou prisões.
 
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A informação foi confirmada por depoimentos dos também delatores Silval Barbosa e Pedro Nadaf. A própria Marilena admitiu ter recebido cheques do esquema. Porém, segundo esclarecido, não há certeza se o pagamento feito à colaboradora foi compensado.
 
A investigação da Polícia Civil começou a partir de um relatório de auditoria da Controladoria Geral do Estado, feito em 2015, que detectou problemas em dois contratos firmados com a empresa Avançar Tecnologia Ltda.
 
Entre os alvos da operação estão os empresários Valdir Agostinho Piran; o ex-presidente da Câmara de Cuiabá e do Cepromat, Wilson Celso Teixeira, o Dentinho; o ex-diretor de Gestão e Tecnologia do órgão, Djalma Souza Soares; o fiscal de contratos Edevamilton de Lima Oliveira; ex-secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Francisvaldo Pereira de Assunção; e Weydson Soares Fonteles, considerado testa de ferro de Piran.
 
Em depoimento sobre o esquema, o ex-governador Silval Barbosa afirmou que houve uma reunião no gabinete da Casa Civil. Estiveram presentes ele, Piran e Weidson. Na ocasião, foi acertada a fraude no contrato e o repasse de 50% calculado sobre aproximadamente R$ 5 milhões. Parte do retorno financeiro serviu para pagar dívida de R$ 2 milhões entre Silval e Piran.
 
No mesmo depoimento, Silval afirma que acredita ter usado R$ 500 mil restante da fraude para quitar dívida com a operadora financeira Marilena. O ex-governador explicou ainda que houve retorno de alguns cheques. Já o depoimento de Pedro Nadaf, que atuou como intermediador das operações, reafirma parte da história contada por Silval. Porém, não cita destinação de valores a Marilena Ribeiro.
 
Depoimento da própria colaboradora premiada confirma o recebimento de cheques emitidos pela empresa Avançar. Os valores foram entregues, segundo depoimento, pelo ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Correa Araújo. Porém, conforme Marilena, os cheques foram devolvidos por “não ter fundo”.

Por contribuir com a Justiça, Marilena não foi alvo de buscas, diferente de Piran. 

A força-tarefa da Quadro Negro é coordenada pela Delegacia de Combate à Corrupção e Delegacia Fazendária, com apoio do Comitê Interestadual de Recuperação de Ativos (CIRA), Delegacia de Capturas e Polícia Interestadual de Brasília e Ministério Público Estadual (MPE).
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