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Notícias / Criminal

Ledur chora ao assistir vídeo de treinamento em audiência e é defendida por bombeiro: “exigente”

Da Redação - Wesley Santiago/Da Reportagem Local - Fabiana Mendes

O bombeiro militar Rafael do Carmo Lisboa, testemunha de defesa da tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada de torturar e causar a morte do jovem Rodrigo Claro, em novembro de 2016, durante um treinamento da corporação, disse que ela era exigente, mas que diversos alunos se destacaram por conta da sua orientação e cobrança por um desempenho melhor. A denunciada chorou ao assistir o vídeo de um dos treinamentos da corporação.

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Coronel afirma que ‘caldos’ são comuns em treinamento e que bombeiros a ponto de se formar deveriam estar aptos
 
A audiência é realizada na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar. A tenente foi às lágrimas ao assistir um vídeo do treinamento de alunos do Corpo de Bombeiros, apresentado pela defesa. Ela acompanha as oitivas junto com o marido, que também faz parte da corporação.

 

A testemunha de defesa da tenente disse que um dos requisitos da prova de aptidão física é nadar 25 metros em qualquer modalidade. “Tem aluno que nada cachorrinho, de costas, como achar melhor” comentou.  Além disto, revelou que tinha dificuldades com natação e altura. Por isso, fez treinamentos à parte.
 
Rafael ainda acrescenta que no seu curso havia 300 alunos e que teve a disciplina de salvamento aquático com Ledur, já quase no fim do curso. “A tenente era uma, senão a única, que fazia alguém com dificuldade fazer a ‘escolinha’ (espécie de reforço para os que estavam nos treinamentos)”.
 
O bombeiro ainda disse que alguns alunos apresentavam dificuldades em todas as áreas e que para eles eram disponibilizadas piscinas para auxiliá-los. Rafael, que agora é instrutor de mergulho, também citou exemplo de alunos que entraram com dificuldades e ganharam destaque por conta de orientação da tenente.

Caldos

O coronel João Rainho Júnior, do Corpo de Bombeiros, foi ouvido na tarde de segunda-feira (15), na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, como testemunha de defesa da tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada de torturar e causar a morte do jovem Rodrigo Claro, em novembro de 2016, durante um treinamento da corporação. Segundo ele, os chamados ‘caldos’ são comuns em situações como esta. Além disto, o militar pontuou que os alunos que estavam a ponto de se formar, deveriam estar aptos a enfrentar este tipo de situação.

O coronel citou que o ‘caldo’ é algo comum no treinamento, para simular que o bombeiro está sendo afogado pela vítima em um momento de salvamento. Além disto, pontuou que um aluno que está há pouco menos de um mês da sua formação, como era o caso de Rodrigo Claro, deveria estar apto a enfrentar este tipo de situação.

Como exemplo, o coronel relatou uma situação ocorrida com ele no Coxipó do Ouro, quando ele tentava fazer o resgate de alguém que o pegou pelo pescoço e o afundou.
 
A testemunha ainda acrescentou que existem vários alunos que entram para ser bombeiros e salvar vidas, enquanto que outros querem apenas ser servidor público e ter estabilidade. Neste último caso, ainda conforme o coronel, muitos acabam desistindo, muitas vezes se queixando dos treinamentos e dores.

O caso
 
Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 do dia 16 de novembro de 2016. Ele teria sido dispensado no final do treinamento do curso dos bombeiros, após reclamar de dores na cabeça e exaustão. O jovem teria passado por sessões de afogamento e agressões por parte da tenente Izadora ledur.
 
O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria se queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição. Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma, mas acabou falecendo.
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