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Notícias / Criminal

Pedido de vista interrompe julgamento de habeas corpus de publicitário condenado na Lava Jato

Agência STJ

Pedido de vista do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Felix Fischer interrompeu o julgamento, pela Quinta Turma, de habeas corpus no qual a defesa do publicitário Ricardo Hoffmann, investigado na operação Lava Jato, pede a substituição da prisão por medidas cautelares.

Hoffmann está preso desde abril de 2015 e já foi condenado a 12 anos e 10 meses de prisão em regime fechado. Quando era vice-presidente da agência Borghi Lowe, ele teria repassado propina milionária ao ex-deputado federal André Vargas, à época vice-presidente da Câmara dos Deputados.

O decreto de prisão preventiva alega que a liberdade do publicitário colocaria em risco a ordem pública. No decreto, o juiz disse que o pagamento sistemático e reiterado de propina revela ousadia.

Medidas cautelares

O ministro Ribeiro Dantas, relator do habeas corpus, entende que deve ser assegurada a liberdade a Hoffmann até que não haja mais recursos contra a condenação, ressalvada a possibilidade de nova prisão, se necessária. O ministro recomendou que sejam impostas medidas cautelares alternativas, previstas na Lei 12.403/2011, como monitoramento eletrônico do réu e entrega de seu passaporte.

O relator destacou que a prisão somente pode ser imposta quando não for possível medida menos gravosa. A prisão antes do trânsito em julgado só poderia ser decretada em âmbito cautelar.

Ribeiro Dantas entende que a condenação não traz elementos que afirmem o risco da liberdade. Para ele, as alegações de risco de reiteração e periculosidade do agente não podem ser embasadas apenas pelo modo como os crimes teriam sido praticados. No caso, o publicitário se afastou da empresa e o deputado não exerce mais cargo eletivo.

O ministro Felix Fischer pediu vista para examinar melhor o processo. Não há data para que o julgamento seja retomado.
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