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Quarta-feira, 12 de novembro de 2025

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Empresa do agro pede falência do Grupo Pupin após "Rei do Algodão" alegar incapacidade de gestão e problemas de saúde

Foto: Reprodução

Empresa do agro pede falência do Grupo Pupin após
A empresa Agrimaque Peças Agrícolas Ltda. protocolou pedido de decretação de falência do Grupo Pupin, que está em recuperação judicial e acumula dívidas estimadas em R$ 2 bilhões. A credora sustenta que os próprios empresários José Pupin, conhecido no agronegócio como o “Rei do Algodão”, e sua esposa Vela Lúcia, declararam em juízo incapacidade civil e cognitiva para conduzir seus negócios, o que, segundo a Agrimaque, inviabiliza a continuidade da recuperação. Problemas de saúde como sequelas de um câncer de José e Parkinson de Vera, além de questões emocionais e um “engodo” com o fundo Fource foram citados pela defesa de José à vara da recuperação. 


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No documento, a Agrimaque argumenta que, por se tratar de empresários individuais, não há separação entre pessoa física e jurídica, o que tornaria impossível manter as empresas ativas diante da alegada incapacidade de seus titulares. A petição afirma que essa condição anula os pressupostos da recuperação judicial — que pressupõe gestão e discernimento para reorganizar as atividades — e transforma o processo em um “simulacro de reestruturação”.

A credora pede ainda que o caso seja encaminhado ao Ministério Público de Mato Grosso para apuração de eventuais crimes relacionados à condução da recuperação.

O Grupo Pupin está sob recuperação judicial desde outubro de 2017, com plano aditivo homologado em 2024. No final de setembro, a defesa de Pupin sustentou que a família teria sido vítima de um “engodo”, ao firmar contratos com o Grupo Midas/Fource, que se apresentava como consultor e investidor interessado na reestruturação das empresas.

Segundo os Pupin, a parceria foi formulada durante um período de fragilidade de saúde do casal — enquanto José Pupin tratava um câncer e sua esposa, Vera Lúcia, enfrentava o avanço do Parkinson. O acordo teria transferido poderes amplos à Midas/Fource, incluindo o controle das fazendas e das operações financeiras do grupo.

Os empresários alegam que, a partir de 2020, as empresas associadas à Midas/Fource passaram a movimentar ativos sem autorização judicial, direcionando valores para fundos de investimento ligados ao grupo e isolando os próprios Pupin da gestão do patrimônio. Para a defesa, o contrato que previa a venda parcial do grupo se transformou em um mecanismo de dilapidação patrimonial.

O grupo pede a suspensão de todos os instrumentos firmados com a Midas/Fource, o cancelamento de procurações outorgadas e a prestação de contas completa sobre a administração dos bens. Também requer que os bens supostamente transferidos sejam revertidos ao patrimônio das empresas em recuperação.

Ainda em meados de setembro, a disputa ganhou novos capítulos após o New Distressed FIDC, um dos principais credores do Grupo Pupin, pedir a realização de uma auditoria externa independente por uma das chamadas “Big Four” (PwC, Deloitte, EY ou KPMG). O fundo questiona a versão apresentada pela família Pupin, segundo a qual teria sido enganada por terceiros, e cobra provas médicas ou psiquiátricas que justifiquem a alegação de incapacidade.

Para o FIDC, não há evidências de transferência de controle para o Grupo Midas/Fource nem de alienações irregulares de propriedades rurais, defendendo que promessas de venda não configuram ato consumado. O fundo também contesta as críticas feitas aos antigos assessores do grupo, apontando contradições nas versões apresentadas pelos devedores.

O pedido da Agrimaque e as demais manifestações aguardam decisão da 1ª Vara Cível de Campo Verde (MT), onde tramita a recuperação judicial do Grupo Pupin.
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