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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Procurador bate boca com advogado no caso Cachoeira

O procurador da República Daniel Resende e o advogado Douglas Dalto Messora, que defende um dos réus do processo referente à Operação Monte Carlo, bateram boca na manhã desta quarta-feira (25) durante audiência na Justiça Federal em Goiãnia.

Durante o depoimento do agente da Polícia Federal Renato Moreira, Messora - que defende Gleyb Ferreira, acusado de fazer parte do grupo de Cachoeira - mencionou que o policial disse que fazia "dedução" em relação aos dados contábeis dos acusados. O procurador, então, argumentou que o agente deixou claro que fazia dedução com base no relatório de contabilidade.

"O senhor fala e eu fico quieto. Fica o senhor quieto e eu falo", disse o advogado, que completou, se dirigindo à testemunha: "O senhor tem um bom defensor".

O procurador rebateu: "Não, eu sou o fiscal da lei." O advogado disse: "O senhor é fiscal da lei e eu sou defensor." Em tom de voz alto, o procurador disse: "O senhor colocou palavras na boca da testemunha. Quem tem que se colocar no seu lugar é vossa excelência."

O juiz do caso, Alderico Rocha, interviu e pediu que o advogado continuasse com as perguntas. O advogado disse: "Vou tirar a palavra dedução porque o ilustre procurador fica chateado."

Este é o segundo dia de audiências para ouvir testemunhas de acusação e defesa do processo referente à Operação Monte Carlo, na qual o bicheiro Carlinhos Cachoeira foi preso no fim de fevereiro. O contraventor e mais sete são réus na ação penal.

Gravata rosa
O bicheiro Carlinhos Cachoeira chegou pouco antes das 9h desta quarta à sala de audiências. Ele chegou vestido com um terno cinza claro, camisa branca e gravata rosa. Acompanhado de agentes armados da Polícia Federal, ele cumprimentou com sorriso a mulher, Andressa Mendonça, e familiares que acompanham a audiência.

O bicheiro, que passou a noite na sede da PF em Goiânia, foi conduzido à Justiça Federal por volta das 8h em um comboio de carros da PF. Ele estava deitado no banco de trás de uma das viaturas.

Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, chegou por volta das 8h40 e falou brevemente com os jornalistas. "Estou tranquila, pois confio em Deus", disse. Antes de entrar no auditório onde os depoimentos serão realizados, Andressa foi revistada pela Polícia Federal.

Na sala da audiência, Andressa cumprimentou com um abraço Idalberto Matias, o Dadá, que também é réu no processo junto com o marido dela, mas está em liberdade. Depois, ela conversou com o advogado Leonardo Gagno, que defende Dadá e outros dois réus, os irmãos Raimundo e José Olímpio Queiroga. Ela cumprimentou ainda Wladimir Garcez, outro réu da ação.

Depoimentos
O juiz Alderico Rocha, 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia, retomou a audiência para o depoimento de testemunhas do processo. Está previsto ainda o interrogatório de sete réus, mas ainda não está certo que os depoimentos vão acontecer nesta quarta.

Das testemunhas de acusação indicadas pelo Ministério Público Federal – duas foram ouvidas na terça (24) e são ouvidos nesta quarta os depoimentos de outras duas. Além disso, ainda precisarão ser ouvidas quatro testemunhas indicadas pelos réus. Inicialmente dez pessoas foram convocadas, mas os advogados de defesa dispensaram seis.

A previsão é a de que Lenine Araújo de Souza, apontado como braço-direito de Cachoeira, seja o primeiro dos réus a prestar depoimento. Lenine chegou a ser preso na Operação Monte Carlo, mas já está em liberdade.

Além de Cachoeira e Lenine, os outros réus do processo são Gleyb Ferreira da Cruz, apontado na denúncia como auxiliar do contraventor; Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, suspeito de ter feito grampos ilegais a mando de Cachoeira; Wladimir Garcez, apontado como elo entre Cachoeira e o governo de Goiás; José Olímpio de Queiroga Neto, suspeito de atuar na abertura e fechamento de pontos de jogo ilegal; e Raimundo Washington de Sousa Queiroga, irmão de José Olímpio.

O oitavo réu do processo, Geovani Pereira da Silva, acusado de ser o contador da quadrilha, está foragido desde a Operação Monte Carlo e não será ouvido pela Justiça. Os sete réus que falarão foram presos na Operação Monte Carlo, mas somente dois permanecem detidos, Cachoeira e Gleyb.
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