O Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito para investigar garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Sararé, localizada em Vila Bela da Santíssima Trindade. A medida foi adotada após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) encaminhar relatório de fiscalização e auto de infração que apontam atividades potencialmente poluidoras e de mineração sem licença ambiental na área. Portaria foi publicada nesta segunda-feira (6) pelo Procurador da República Guilherme Fernandes Tavares.
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De acordo com os documentos, a operação resultou na apreensão e inutilização de equipamentos utilizados no garimpo, incluindo uma caminhonete Toyota Hilux, e armas de fogo encontradas no interior do veículo. O MPF destacou que esses elementos indicam possível estrutura criminosa voltada à exploração ilícita de minérios em terras indígenas.
A investigação também buscará identificar os responsáveis diretos e indiretos pelo uso do veículo nas atividades ilegais. O automóvel, segundo o órgão, teve a propriedade transferida entre diferentes pessoas — Clacir Teresinha Petry, Dario Siegfried Loeschke e Clesio Feitosa da Silva —, o que demanda apuração sobre eventual participação ou omissão de cada um.
Procurador, então, resolveu pelo inquérito até que sejam localizados os investigados, incluindo consultas a cadastros públicos, requisições a outros órgãos e, se necessário, cooperação com unidades do Ministério Público Federal de outros estados.
O inquérito tramitará sob a coordenação da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, responsável por matérias ambientais. O objetivo é identificar responsabilidades e adotar medidas cíveis e criminais cabíveis em razão da exploração mineral ilegal em área indígena.
Terra em tensão
Paralela à investigação do MPF, as forças policiais ambientais estão combatendo a inclusão do Comando Vermelho dentro dos garimpos em Sararé. Na semana passada, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) anunciou a desocupação do garimpo ilegal do Cururu, conhecido por abrigar diversos maquinários e por ter sido alvo de inúmeras operações ao longo dos anos, estava sob a influência de membros da facção que haviam expandido sua zona de influência das cidades para dentro da zona de exploração.
Em uma ação incisiva, as forças de segurança entraram no garimpo no dia 28 de setembro, um sábado e desde então, combateram os faccionados em diversas áreas do garimpo até que no dia 29, finalmente conseguiram expulsar os faccionados e a maioria dos garimpeiros.
No decorrer da ação no Garimpo do Cururu, os agentes localizaram uma rede de abrigos subterrâneos construídos pelos criminosos para guarda e proteção dos equipamentos ilegais. No total, foram localizados 14 bunkers, com estoques de alimento e grande quantidade de equipamentos e insumos diversos para as atividades ilegais. Em um dos abrigos identificados, foram encontradas 6 armas de fogo, incluindo um fuzil 5.56 mm e duas espingardas calibre 12.
