A juíza Fernanda Kobayashi, do Núcleo de Inquérito Policial (Nipo), manteve a prisão do empresário Márcio Nascimento, suspeito de aplicar um golpe milionário em formandos de Cuiabá e de outras cidades. A determinação ocorreu durante audiência de custódia, realizada na tarde desta quarta-feira (21), no Fórum de Cuiabá.
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Márcio e a esposa, Elisa Severino, tiveram a prisão preventiva decretada na Operação Ilusion, deflagrada no início da semana. Ambos se entregaram nesta quarta. Ele se apresentou na seda da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) enquanto ela em uma unidade policial do Paraná. A suspeita, que deve responder aos mesmos crimes do marido, deve ser submetida ao procedimento ainda hoje.
O Tribunal de Justiça, no entanto, não informou para qual unidade penitenciária o empresário será levado. Já a esposa dele, deverá ser recambiada a Mato Grosso para ficar à disposição da Justiça.
Os dois são investigados por deixar de cumprir contratos com aproximadamente mil estudantes de mais de 40 turmas universitárias e escolares. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 7 milhões. Eles eram responsáveis pela Imagem Eventos, empresa que encerrou suas atividades de forma repentina no m de janeiro deste ano, sem prestar esclarecimentos às vítimas.
A Decon aponta que o fechamento da empresa foi planejado com pelo menos quatro meses de antecedência. Mesmo sabendo que não teriam condições de entregar os serviços, os suspeitos continuaram firmando novos contratos, cobrando valores à vista e realizando promoções. Há também indícios de que materiais de eventos foram ocultados com o objetivo de serem vendidos separadamente.
A Operação Ilusion foi deflagrada na terça-feira (20) e cumpre 20 ordens judiciais, entre mandados de prisão preventiva, buscas e apreensões, bloqueios de contas bancárias, sequestro de bens e restrições de veículos. A ação ocorre em Mato Grosso, Paraná e Paraíba, com apoio das Polícias Civis locais.
Além do casal, outros dois suspeitos ligados ao esquema também são investigados. Os envolvidos devem responder por crimes contra o patrimônio, contra as relações de consumo e associação criminosa, cujas penas somadas podem ultrapassar 13 anos de prisão.