Dois integrantes de uma facção criminosa foram condenados a mais de 58 anos de prisão pelo assassinato brutal de Rogério Pinheiro de Paula, de 33 anos, executado na frente da mãe por causa do barulho da própria motocicleta. A sentença foi proferida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da Primeira Vara Criminal de Cuiabá, na última semana.
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O crime aconteceu em 18 de setembro de 2021, no bairro Cohab São Gonçalo, em Cuiabá. Rogério foi "julgado" e condenado à morte por um “tribunal do crime” após vizinhos reclamarem que o barulho da moto dele estava incomodando a região.
Naquela noite, ele foi espancado com pedaços de madeira e uma enxada em frente à própria casa. Mesmo ferido, conseguiu esfaquear um dos agressores e fugiu para a casa dos pais — mas foi seguido e executado a tiros dentro da residência, diante da mãe. Ela chegou a implorar pela vida do filho e até segurou o braço do atirador, mas foi obrigada a assistir à execução. Rogério levou tiros no abdômen, pescoço e cabeça. Tudo foi filmado.
Vitor Gabriel Silva Moraes e Frank Arruda da Silva foram condenados por homicídio qualificado — por motivo torpe, meio cruel e que dificultou a defesa da vítima — e por integrarem organização criminosa. Ambos foram absolvidos da acusação de lesão corporal contra a mãe de Rogério.
A juíza destacou na decisão a frieza, premeditação e a lógica de “justiça paralela” da facção, além do desprezo à vida humana por parte dos condenados. “Eles agem como se fossem um poder paralelo, impondo regras de conduta à população, com extrema violência e terror”, escreveu.
Frank Arruda da Silva foi sentenciado a 28 anos e nove meses de prisão, além do pagamento de 80 dias-multa. Já Vitor Gabriel Silva Moraes pegou 30 anos e seis meses, com 100 dias-multa. Frank ainda terá que arcar com as custas processuais; Vitor foi isento.