A Justiça Militar da Comarca de Cuiabá determinou a expedição das guias definitivas de execução penal em face do tenente coronel PM Marcos Paccola e o segundo tenente PM Cleber de Souza Ferreira, marcando o início do cumprimento de suas penas após condenação por fraude em registro de pistola, fatos revelados pela Operação Coverage. A decisão ocorre após o trânsito em julgado do acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça. Justiça determinou ainda a remessa de cópias dos autos ao Procurador-Geral de Justiça para atuação em relação perda do posto.
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Os dois oficiais foram condenados em um processo que inicialmente apurava uma série de crimes, incluindo organização criminosa e obstrução de justiça, mas as condenações finais se restringiram a delitos específicos relacionados à falsidade de documentos e dados.
Paccola foi condenado pela prática dos crimes de falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informações. Sua pena, inicialmente fixada em 4 anos e 6 meses de reclusão pelo juízo de primeiro grau, foi redimensionada pelo Tribunal de Justiça para 4 anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicial aberto.
Já o Segundo Tenente PM Cleber de Souza Ferreira foi condenado pela prática do crime de falsidade ideológica. Sua pena, que havia sido fixada em 2 anos de reclusão na primeira instância, foi redimensionada pelo Tribunal de Justiça para 1 ano e 4 meses de reclusão, também em regime inicial aberto.
O cerne das condenações de Paccola e Ferreira reside em atos relacionados à manipulação de documentos e informações sobre uma arma de fogo. A arma, uma pistola calibre 9mm de propriedade de Cleber de Souza Ferreira, apresentou confronto balístico positivo com homicídios investigados na "Operação Mercenários", que desmantelou grupo de extermínio.
De acordo com o processo, Paccola e Ferreira agiram em conjunto para inserir declarações falsas em um documento público, especificamente uma "Autorização de Carga Pessoal" referente à arma, tudo para ocultar crimes de homicídios.