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Justiça prorroga prisão temporária de policial e caseiro acusados de participação no homicídio de Renato Nery

17 Abr 2025 - 10:09

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Pedro Coutinho

Foto: Reprodução

Justiça prorroga prisão temporária de policial e caseiro acusados de participação no homicídio de Renato Nery
A Justiça de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), prorrogou a prisão temporária de Alex Roberto de Queiroz Silva e do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira por mais 30 dias. A decisão, proferida pela juíza Edna Ederli Coutinho, atende à representação das Autoridades Policiais da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá.


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O inquérito apura o homicídio qualificado do advogado Renato Gomes de Nery, vítima de disparos de arma de fogo em julho de 2024. A prisão temporária de Alex e Heron havia sido decretada anteriormente e cumprida em março de 2025, com prazos de vencimento para abril de 2025.
 
A prorrogação da prisão temporária está fundamentada nas Leis nº 7.960/89 e nº 8.072/90, bem como na jurisprudência, sendo considerados imprescindíveis para as investigações e havendo fundadas razões de autoria ou participação nos crimes previstos. A decisão judicial também considerou a necessidade de aprofundamento da investigação quanto à atuação dos suspeitos e a identificação de outros possíveis envolvidos em um suposto grupo criminoso.
 
De acordo com os autos, a investigação revelou novos elementos indiciários da autoria e participação de Alex e Heron no crime. A análise do celular de Alex indicou que ele teria recebido um aparelho novo de Heron logo após o homicídio. Foram encontradas conversas em que Alex declarava estar fugindo da polícia, buscas na internet sobre “advogado morto em Cuiabá” e “Heron Teixeira indiciado por mortes”, além de fotos relacionadas a outro homicídio de advogado. Vídeos de Alex dentro do Batalhão da ROTAM também foram identificados, sugerindo uma ligação com a instituição policial, além da confirmação do relacionamento entre Alex e Heron.
 
O depoimento da esposa de Alex, Deiviane Ribeiro da Cruz, também trouxe novas informações, contradizendo a versão de Alex e confirmando que uma motocicleta vermelha apreendida, em seu nome, teria sido utilizada no crime e que Heron e outros homens buscaram o veículo após o homicídio para escondê-lo. A testemunha também mencionou reuniões frequentes entre Alex, Heron e outros homens em uma chácara. O proprietário dessa chácara confirmou que Heron o teria abordado armado e alugado o imóvel por medo de seu envolvimento com tráfico de drogas e um grupo de extermínio, corroborando o vínculo entre Heron e Alex.
 
A defesa de Heron Teixeira Pena Vieira havia solicitado a substituição da prisão temporária por medidas cautelares diversas, alegando ausência de elementos concretos e a suficiência de outras medidas. No entanto, o Ministério Público se manifestou contrário ao pedido de substituição e favorável à prorrogação da prisão temporária. A juíza indeferiu o pedido da defesa, ressaltando a gravidade do crime de homicídio qualificado, considerado hediondo e supostamente encomendado em contexto de organização criminosa, o que gera um forte abalo à ordem pública.
 
A decisão judicial considerou que as medidas cautelares diversas da prisão seriam insuficientes para garantir a eficiência das investigações, que ainda buscam a completa elucidação dos fatos, e para impedir que os investigados alterem a verdade, obstruam a justiça ou ameacem testemunhas. A necessidade de análise de provas eletrônicas, como imagens de câmeras de segurança e dados telemáticos e telefônicos, também foi apontada como justificativa para a prorrogação.
 
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