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Terça-feira, 22 de abril de 2025

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CESÁRIA IMPROVISADA

Crime bárbaro: chefe do MPE cobra celeridade do Judiciário para julgar bombeira que assassinou adolescente grávida

27 Mar 2025 - 11:19

Da Redação - Pedro Coutinho / Do Local - Jardel Arruda

Foto: Reprodução

Crime bárbaro: chefe do MPE cobra celeridade do Judiciário para julgar bombeira que assassinou adolescente grávida
O procurador Rodrigo da Fonseca, chefe do Ministério Público do Estado (MPE), cobrou celeridade da Justiça para que receba a denúncia e inicie o mais rápido possível a ação penal contra a bombeira Nataly Helen Martins Pereira pelo feminicídio da adolescente Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, que estava grávida de nove meses, cometido no dia 12 de março deste ano.


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Emelly foi denunciada pela 27ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá nesta quarta-feira (26), pelos crimes de feminicídio, tentativa de aborto, subtração de recém-nascido, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso. 

Para Fonseca, então, o Judiciário agora deve agir o mais rápido possível para acatar a acusação e iniciar a ação penal contra a bombeira, que teria cometido o crime bárbaro que repercutiu internacionalmente.

“Nós tivemos um crime muito bárbaro, que acho que chocou toda a sociedade, Mato Grosso. Eu acho que cabe a todos os órgãos de repressão tomar medidas na velocidade mais rápida possível, sempre respeitando a legislação processual penal”, afirmou Fonseca.

Conforme a denúncia, Nataly atraiu a adolescente sob o pretexto de doar roupas para a bebê. Porém, já na casa onde aconteceu o crime, em Cuiabá, ela a imobilizou e asfixiou, causando-lhe a morte e colocando em risco a vida do feto.

“Nataly realizou uma cesárea improvisada na vítima ainda com sinais vitais, sem qualquer anestesia ou procedimento para minimizar a dor, causando-lhe sofrimento físico intenso e desproporcional”, narra a denúncia.

Após retirar a criança do ventre da vítima e cometer o feminicídio, Nataly ocultou o seu cadáver, enterrando-o no quintal da casa, e se apresentou no hospital como se fosse a mãe da criança.

Entretanto, médicos do Hospital Santa Helena, após exames, revelaram à polícia que ela não havia dado à luz recentemente. Foi o que culminou nas investigações até a solução do paradeiro de Emellly, que ficou desaparecida da família por dois dias.

A denunciada teria ainda limpado o local do crime para remover vestígios e utilizado o celular da adolescente para enviar mensagens falsas aos familiares, bem como falsificado um exame de gravidez para simular estar grávida.

Para o promotor de Justiça Rinaldo Segundo, responsável pela denúncia, o crime praticado configura feminicídio, pois foi cometido com evidente menosprezo à condição de mulher da vítima.

“Nataly tratou Emelly como um mero objeto reprodutor, um ‘recipiente’ para o bebê que desejava, demonstrando total desprezo pela sua integridade corporal e autodeterminação. A conduta de Nataly revela a coisificação do corpo feminino, reduzindo-o à sua função reprodutiva, como evidenciado pelo fato de ter mantido contato com a vítima por meses apenas com o intuito de monitorar o desenvolvimento da sua gestação e, no momento oportuno, apropriar-se violentamente do fruto de seu ventre”, argumentou.

Conforme a própria socorrista confessou, ela já é mãe de três filhos homens e desejava ter uma menina. Porém, como já tinha feito laqueadura, ela mapeou mulheres grávidas de meninas em casas de apoio, na rua e em grupos de WhatsApp, onde acabou encontrando Emelly.
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