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Terça-feira, 22 de abril de 2025

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ADOLESCENTE BRUTALMENTE ASSASSINADA

Presidente da OAB-MT repudia fala de Elizeu sobre Caso Emelly: "advogado defende o direito assegurado a todo cidadão"

Foto: Reprodução

Presidente da OAB-MT repudia fala de Elizeu sobre Caso Emelly:
A presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, manifestou o seu repúdio a uma fala do deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), que usou seu momento na tribuna para atacar a advocacia no bojo do Caso Emelly, adolescente gestante 16 anos que foi brutalmente assassinada por Nataly Helen Pereira, de 25, a qual cortou sua barriga numa casa da capital para ficar com o filho que ela carregava.


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Elizeu usou seu momento no plenário da Assembleia, nesta quarta-feira (19), para afirmar que "chega a ser vergonhoso ter advogado à disposição de uma covarde monstruosa como essa que tirou a vida de Emilly aos 16 anos, o profissional, ou defensor, tem que ser exposto à sociedade, acredito que um advogado que pega uma causa dessas não tem amor próprio e nem a sua família e seus filhos".

Contra essa acusação leviana e despida de fundamentos práticos, a presidente destacou que a advocacia é indispensável à administração da Justiça, como diz a Constituição Federal, que garante a todo cidadão o direito à ampla defesa. "Advogado, defensor público, não defende crime, não defende criminoso, defende o direito assegurado a todo cidadão", bradou Gisela.

Nataly confessou ter assassinado a adolescente de 16 anos, que estava grávida de nove meses. O crime ocorreu na última quarta-feira (12), e a motivação, segundo a própria autora, foi o desejo de ser mãe novamente, apesar de não poder mais ter filhos.

Após matá-la na casa do seu pai, no bairro Jardim Florianópolis, Nataly realizou um parto forçado cortando a barriga da vítima com uma navalha para retirar o bebê. Em seguida, se dirigiu ao hospital para ser atendida como se fosse uma gestante que havia acabado de dar à luz.

Foi a equipe médica do Hospital Santa Helena que alertou a Polícia Civil sobre um caso suspeito horas depois do desaparecimento da adolescente. Nataly e o marido, Cristian Albino Cebalho de Arruda, de 28 anos, se apresentaram como pais da recém-nascida e afirmaram que o parto tinha acontecido em casa, na quarta-feira (12). O objetivo do casal era conseguir a Declaração de Nascido Vivo. 

Ela teve a prisão em flagrante convertida em preventiva na sexta (14) por ordem do juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, oportunidade em que o advogado Ícaro Vione confirmou que pediria o teste de sanidade. 

Para o psiquiatra forense Guido Palomba – referência nacional sobre criminologia, Nataly seria uma "psicopata irrecuperável" com desprezo pelas pessoas. 

“Esse é um crime chocante cometido por uma personalidade já bem conhecida da literatura médica da criminologia. É uma personalidade anormal descrita como loucura moral, loucura lúcida, psicopatia e condutopatia”, afirmou Palomba 

O crime foi planejado durante três meses, período em que Nataly manteve contato com Emelly por meio de um grupo de doações de roupas para gestantes. No dia do assassinato, a suspeita atraiu a adolescente para a casa de seus pais, no bairro Jardim Florianópolis, na Capital, sob o pretexto de entregar roupas. Lá, estrangulou a vítima, cortou sua barriga com uma navalha e retirou o bebê.

As investigações revelaram que Nataly sofreu um aborto espontâneo em setembro de 2023, mas escondeu o fato da família e do namorado, Christian Albino Cebalho de Arruda, 28 anos. Ela continuou fingindo estar grávida, compartilhando vídeos nas redes sociais e até realizando um chá revelação.

Na noite do crime, após enterrar o corpo de Emelly em uma cova rasa no quintal da residência, Nataly levou a recém-nascida ao Hospital Santa Helena, em Cuiabá, alegando ter dado à luz em casa. No entanto, a equipe médica desconfiou da história e acionou a polícia, que prendeu a mulher em flagrante.

“Ela teve uma premeditação mórbida, doentia. São pessoas absolutamente irrecuperáveis. Ela nasceu assim, desenvolveu-se dessa maneira e assim ela será por quanto tempo viver. Não há saída, não há recuperação e também não há tipo de tratamento. Quem disser ao contrário, que leve para a sua casa para ser babá da sua filha.”

A polícia segue investigando a possível participação de outras pessoas no crime. Christian chegou a ser conduzido à delegacia, mas foi liberado. O cunhado de Nataly, Alédson Oliveira da Silva, também foi detido por ter lavado a cena do crime, mas negou envolvimento e foi solto. O irmão da suspeita, Cícero Martins Pereira Júnior, ajudou a localizar o corpo da adolescente. A recém-nascida foi encaminhada para os cuidados do Conselho Tutelar e está sob observação médica.
 
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