O ex-policial militar Edvan de Souza Santos foi condenado a 25 anos de prisão, no regime fechado, pelo assassinato da diretora do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear), Terezinha Silva de Souza, de 53 anos, em janeiro de 2021. Ele responde a pelo menos outros quatro processos por homicídios, em Pontes e Lacerda. O júri aconteceu nesta quarta-feira (19), na comarca de Rondonópolis.
Leia mais:
Ex-vereador réu por lavar dinheiro com o CV continua "sumido" e juiz pode decretar nova prisão
Ele também foi condenado a sete meses de detenção em regime inicial fechado e perda do cargo. De acordo com a decisão, o Ministério Público não tem interesse em recorrer.
Em junho de 2022, a Polícia Civil identificou Edvan foi o executor de Terezinha. À época, ele foi preso em unidade da PM localizada em Chapada dos Guimarães, por envolvimento em outros cinco homicídios.
Na data da execução de Terezinha, Edvan era lotado no Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e, ao ser detido em janeiro de 2022 na Operação Letífiro, atuava no Batalhão Ambiental de Rondonópolis.
Ao longo do inquérito policial conduzido pelo delegado regional Thiago Damasceno, a Polícia apurou que dois criminosos em uma motocicleta Honda CB 300 se aproximaram da caminhonete Ford Ranger, ocupada pela diretora e pelo motorista, e atiraram diversas vezes.
A dupla aproveitou o momento que a caminhonete parou no semáforo, quando o passageiro da moto desceu com arma calibre 9 mm em punho e atirou quatro vezes pela lateral. Os disparos e estilhados do vidro atingiram Terezinha, que não resistiu aos ferimentos e foi a óbito.
A investigação também revelou que uma motocicleta com as mesmas características da CB300 foi abandonada no dia 10 de fevereiro de 2021, dias após o homicídio, em Pedra Preta. O veículo estava com sinais identificadores apagados, mas os policiais encontraram uma etiqueta autocolante que possibilitou a identificação.
Com a placa descoberta, a Polícia Civil solicitou imagens de câmeras de segurança do trajeto realizado pela moto entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021. A partir disso, foi possível descobrir que a moto transitava pela região de Pontes e Lacerda, chegando a Rondonópolis em 25 de dezembro de 2020.
As imagens também mostraram que no dia anterior, 24 de dezembro, o piloto usava uniforme de um clube de tiro e então a Polícia Civil chegou ao policial, que à época do crime era lotado no Gefron.
Em 26 de janeiro de 2022, foi deflagrada pela Delegacia de Polícia de Pontes e Lacerda a operação denominada “Letífero”, com objetivo de investigar cinco homicídios ocorridos naquela cidade, em tese, praticados por Edvan de Souza Santos. Foram cumpridos mandado de busca e apreensão na sua residência, bem como mandado de prisão temporária.
Em interrogatório, o policial entrou em contradição sobre o uniforme do clube de tiro, negou envolvimento no crime, bem como negou ser proprietário/possuidor da moto CB300. Disse também não conhecer a vítima e que na data do crime estava na região de Primavera do Leste, mas não se recorda com quem.
O ex-pm segue preso desde o cometimento dos crimes. Em maio do ano passado, a Segunda Câmara Criminal do TJ negou habeas corpus ajuizado em seu favor e o manteve encarcerado