Líder do Comando Vermelho em Mato Grosso, Sandro Silva Rabelo, o "Sandro Louco", foi mantido em ala de segurança máxima e em regime diferenciado na Penitenciária Central do Estado (PCE), Cuiabá, onde cumpre quase 200 anos de regime fechado por crimes como tráfico, homicídio e organização criminosa.
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A decisão foi tomada neste mês por um colegiado de juízes, que consideraram uma carta indicando que Sandro Louco poderia estar organizando uma rebelião na cadeia após a promulgação da Lei “Tolerância Zero” em Mato Grosso, assinada em janeiro pelo governador Mauro Mendes (União) para endurecer o combate ao crime organizado. Também levaram em conta apreensões de celulares em sua cela e sua atividade de comando sobre a facção mesmo estando encarcerado.
Sandro Louco, condenado a 193 anos de prisão por crimes como lavagem de dinheiro, homicídio e associação ao tráfico, foi transferido para o Raio 8, setor de segurança máxima da PCE, após a descoberta de sete aparelhos celulares em sua cela, neste mês. Relatórios da Polícia Civil indicam que o preso utilizava os dispositivos para manter contato fora do presídio, incluindo mais de 140 ligações recebidas de sua esposa em um período de 19 dias. Além disso, ele é acusado de controlar o "Mercadinho da PCE", um esquema que movimentava cerca de R$ 75 mil mensais em benefício da facção.
O relatório da Coordenadoria de Inteligência Penitenciária menciona um bilhete encontrado na cela do apenado, no qual ele teria ordenado a desordem. Diante desses fatos, a Justiça entendeu que a permanência do preso no Raio 8 é necessária para preservar a ordem e a segurança do sistema prisional e da sociedade.
A defesa de Sandro Louco contestou a transferência, alegando abuso de autoridade e solicitou seu retorno ao convívio carcerário. No entanto, o pedido foi indeferido, com base no entendimento de que o preso representa alto risco devido à sua atuação como líder de uma organização criminosa. O Ministério Público apoiou a manutenção do preso no regime disciplinar diferenciado (RDD), destacando a necessidade de impedir que ele continue coordenando atividades ilícitas de dentro da prisão.
A decisão estabeleceu que Sandro Louco permanecerá no Raio 8 por seis meses, em cela individual, com visitas quinzenais monitoradas e banho de sol diário de duas horas, sem contato com outros presos da mesma facção. A transferência para uma penitenciária federal foi descartada, já que o Raio 8 foi considerado adequado para abrigar presos de alta periculosidade.
Informações foram prestadas pelo juiz Geraldo Fidelis, da Vara de Execuções da capital, em reclamação movida pela defesa de Sandro Louco no Supremo Tribunal Federal, em que questiona sua submissão ao Raio 8.