19 Fev 2025 - 19:19
Da Redação - Arthur Santos da Silva e Rodrigo Costa / Do Local - Pedro Coutinho
Foto: Olhar Direto
O médico legista Fernando Ésberard afirmou que o aluno soldado do Corpo de Bombeiros, Lucas Veloso, sofreu uma parada cardíaca e se afogou antes de morrer durante um treinamento para ingressar no Corpo de Bombeiros, há cerca de um ano, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
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O legista foi contratado pelo capitão Daniel Alves de Moura. O capitão e o soldado Kayk Gomes dos Santos são acusados de homicídio duplamente qualificado do aluno Lucas.
Em seu depoimento na audiência de instrução nesta quarta-feira, Esbérard afirmou que a vítima teve uma parada cardíaca, afundou e se afogou. A tese é que a arritmia, o esforço, mais remédios que Lucas Veloso tomava causaram a morte antes do afogamento.
“Difícil de distinguir uma morte súbita cardíaca de um afogamento, pois as características podem ser de afogamento, ao passo que na necropsia, depois, fica difícil constatar a arritmia”, explicou o legista.
O médico levanta a possibilidade ainda da vítima ter ido para o teste sem a devida alimentação prévia, o que pode ter levado ao desgaste cardíaco pelo estômago vazio.
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), os denunciados, agindo com dolo eventual, mataram a vítima mediante asfixia por afogamento e prevalecendo-se da situação de serviço. O crime aconteceu em fevereiro de 2014, durante um procedimento de instrução de salvamento aquático realizado na Lagoa Trevisan, na capital.
Na denúncia, o MPE requereu ainda a fixação de valor mínimo para reparação dos danos causados em favor dos familiares da vítima. “Em R$ 700 mil a ser arbitrado em desfavor do denunciado Cap BM Daniel Alves de Moura e Silva, ainda que inestimável a vida do ofendido, e no montante de R$ 350 mil a ser fixado em face do increpado Sd BM Kayk Gomes dos Santos, ainda que inestimáveis o sofrimento e a dor dos familiares, como forma de dar efetividade ao artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal”, requisitou o promotor de Justiça Paulo Henrique Amaral Motta.