Cleovimar Veloso, pai de aluno bombeiro Lucas Veloso, participou nesta quarta-feira (19) da audiência de instrução do processo envolvendo o capitão da BM Daniel Alves de Moura e Silva e o soldado BM Kayk Gomes dos Santos, acusados do homicídio duplamente qualificado de seu filho. Lucas morreu há um ano durante um treinamento na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
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Foram ouvidas testemunhas de defesa e realizados interrogatórios dos réus, que, segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), agiram com dolo eventual ao provocar a morte do jovem por asfixia em afogamento.
Em entrevista após a audiência, Cleovimar afirmou estar frustrado com o andamento do caso. “Eu queria que a Justiça usasse o símbolo dela. Que fosse vendada e que fizesse justiça do jeito que teria que ser. Porque pelo que eu estou vendo aqui, ele está indo mais na teoria, ele não está indo no ato do capitão”, disse, questionando a versão apresentada pelo acusado.
“Como que eles mostraram aqui que o capitão tava nadando do lado do Lucas, quase segurando o Lucas, e dois minutos depois ele falece? Ninguém viu? Como que uma pessoa morre dessa forma?”.
O pai contestou a tese de “morte súbita” alegada pela defesa do capitão Daniel, reforçando que o laudo pericial confirmou o afogamento como causa do óbito e que o exame toxicológico descartou o uso de drogas ou medicamentos por Lucas.
Ele ainda pontuou o perfil saudável do filho, destacando que Lucas era instrutor de rapel e praticante de esportes radicais.
“Eu amo meu filho. Meu filho era uma pessoa totalmente diferente, ele era muito responsável, um cara atleta. Desde os 12 anos fazíamos rapel juntos... Ele saltava de paraquedas, andava de parapente, rodava 50 km de bicicleta. Como um cara desse morre de morte súbita? De arritmia?”.
Cleovimar afirmou manter a fé na Justiça, mesmo sem garantir o desfecho desejado. “Acredito ainda na Justiça, por mais que às vezes não seja da forma que eu quero. E se não for na Justiça da terra, com certeza na Justiça de Deus vai ser”, declarou.