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Domingo, 27 de abril de 2025

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EX-SECRETÁRIO

Sindicato da PF vai acionar bispo de VG que desacatou agentes em operação contra fakenews

Foto: Reprodução

Sindicato da PF vai acionar bispo de VG que desacatou agentes em operação contra fakenews
O Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso (Sinpef-MT) vai acionar judicialmente o bispo Gustavo Duarte, ex-secretário de Assistência Social de Várzea Grande, por desacato e exposição indevida dos agentes federais que “vasculharam” sua casa na última sexta-feira (14) durante a deflagração da Operação Fake News, deflagrada contra propagação de notícias falsas.


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Durante o cumprimento da ordem de busca e apreensão expedida pela Justiça Eleitoral, os agentes foram recebidos pelo bispo com ofensas e afirmações que colocaram em dúvida a idoneidade da PF e dos policiais. Após a operação, Gustavo pediu exoneração do cargo.

Vídeos obtidos com exclusividade pelo Olhar Direto mostram o agora ex-secretário exaltado durante as buscas. As imagens, registradas por sua esposa, mostram Gustavo questionando a presença dos agentes armados e associando a ação policial a uma suposta perseguição política.

A operação da PF foi deflagrada no âmbito de uma investigação sobre a propagação de fake news durante as eleições estaduais de 2022. Durante a abordagem, Gustavo acabou preso em flagrante por desacato após proferir ataques contra os agentes. Poucas horas depois da operação, a prefeita Flávia Moretti (PL) determinou sua exoneração do cargo.

No vídeo, Gustavo aparece gritando enquanto os policiais cumprem a ordem judicial. "São seis horas da manhã, a Polícia Federal veio aqui na casa de um patriota, de um bispo da igreja, com a arma na mão, com a arma na mão, aqui dentro de casa, com uma criança e uma esposa. É assim que o Brasil está?", questiona.

O ex-secretário segue criticando a ação e menciona o ex-presidente Jair Bolsonaro. "A Polícia Federal hoje vai na casa de um ex-presidente para buscar cartão de vacina do Bolsonaro. Esse é o serviço que a Polícia Federal está prestando nesse Brasil", diz Gustavo, que também afirma que os agentes poderiam tê-lo intimado em vez de realizar buscas em sua residência.

Em outro momento, ele se exalta ao questionar o uso de armas na operação. "Para dar ciência, tem que vir com arma? Arma na mão? Isso é truculência. É dessa forma que a Polícia Federal está entrando na casa do brasileiro, pagador de impostos?", dispara.

Gustavo também tenta minimizar as acusações e cita sua atuação na área social. "Não se leva em consideração o trabalho social que eu fiz por essa cidade, por essa nação. Poderiam muito bem me intimar para ir até a delegacia, mas vieram aqui...Você estava aqui para arrombar a minha porta. Eu sou um trabalhador", afirma no vídeo.

Mesmo após os avisos dos agentes, ele se recusa a abaixar o tom de voz. "Não vou abaixar a voz. Não estou desacatando vocês. Não estou desacatando. Eles querem me prender. Estão ameaçando me prender", afirma momentos antes de ser detido.
 
Para o sindicato, Gustavo feriu a honra dos agentes que ali estava, uma vez que foram ofendidos enquanto cumpriam os devidos deveres legais.

“Este Sindicato não admite ações que ofendam e coloquem sob suspeita a integridade das ações dos policiais federais sindicalizados. Bem como, solidariza-se com aqueles que fizeram parte da operação, repudiando as afirmações do investigado e, desde já, salienta que serão tomadas todas as providências necessárias para defender seus filiados. Motivo pelo qual já acionou sua assessoria jurídica para que sejam analisadas todas as medidas judiciais cabíveis para que se promova a reparação da imagem daqueles que agiram estritamente no cumprimento do seu dever legal”, anotou a entidade.

Diante do caso de desacato, Gustavo foi conduzido à sede da Polícia Federal para explicações ainda na sexta-feira (14).
 
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