Escolhido para continuar na chefia do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) por mais dois anos, o promotor de Justiça Adriano Roberto Alves afirmou que o órgão está investigando 22 vereadores em Mato Grosso por suspeita de ligação com facções criminosas.
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“Realmente existe investigações contra vereadores em andamento. 22 vereadores no estado inteiro”, disse Alves nesta sexta-feira (7), durante evento de posse do novo Procurador-Geral de Justiça do estado, Rodrigo Fonseca, ocorrido nas sedes das promotorias, em Cuiabá.
O promotor ainda refutou ter conhecimento sobre qualquer tipo de interferência das facções junto aos deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
No ano passado, Adriano havia confirmado que as facções estariam financiando campanhas eleitorais no estado,
investindo dinheiro vivo nos candidatos. Candidatos em Cuiabá, Várzea Grande, Nobres, Cáceres, Sinop, Primavera do Leste, Sorriso e Alta Floresta são monitorados. As apurações mostram que o CV está lavando dinheiro do tráfico em campanhas políticas para obter vantagens nas câmaras municipais do estado.
"O CV mudou de tática. A facção investe dinheiro vivo em políticos para depois cobrar em ações que favoreçam a facção", declarou o coordenador.
Para o Gaeco, o CV viu na política a oportunidade de lavar dinheiro sem ser detectado pelos órgãos policiais, investindo na base eleitoral de vereadores. Essa estratégia preocupa o estado, pois esses candidatos, caso eleitos, podem se tornar prefeitos, deputados e até senadores.
O promotor aponta que o dinheiro investido, muitas vezes por meio de laranjas, é usado para impulsionar campanhas eleitorais, com a produção de materiais publicitários e a compra de votos. "Por exemplo, para colocar uma placa de campanha em frente a uma casa, o candidato paga como forma de garantir a compra de votos", explicou.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) tem como função identificar, prevenir e reprimir o crime organizado.
O Gaeco é um grupo permanente do Ministério Público (MP) que atua em todo o Brasil. É formado por promotores e procuradores de Justiça, servidores, estagiários, delegados e policiais civis e militares.