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Domingo, 16 de fevereiro de 2025

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OPERAÇÃO GRAVATAS

Condenados a 14 anos por integrarem 'núcleo jurídico' do CV, advogados recorrem de sentença

Foto: Reprodução

Condenados a 14 anos por integrarem 'núcleo jurídico' do CV, advogados recorrem de sentença
Os advogados Roberto Luís de Oliveira e Jéssica Maróstica confirmaram que irão recorrer da sentença que os condenaram por organização criminosa. Eles também tiveram o direito de advogar suspenso, bem como serão monitorados por tornozeleira. Tallis de Lara Evangelista, único jurista absolvido, já apresentou embargos. Três membros do Comando Vermelho foram sentenciados a 19 anos.


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Todos eles foram alvos da Operação Gravatas, deflagrada em março de 2024 para desbaratar as ações entre os juristas e os faccionados no município de Tapurah. Sentença foi proferida na no último dia 13 pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop.
 
Roberto Luís de Oliveira, identificado como líder do núcleo jurídico, recebeu pena de cinco anos, cinco meses e dez dias de reclusão em regime semiaberto. Já Hingritty foi condenada a cinco anos e quatro meses de prisão, enquanto Jéssica Daiane Maróstica foi sentenciada a quatro anos e oito meses, ambas no regime semiaberto. Tallis Lara foi absolvido de todos os crimes por falta de provas.

Roberto e Jéssica já informaram que irão recorrer, enquanto Hindritty já foi intimada, mas ainda não respondeu ao oficial de justiça. Tallis embargou a sentença que lhe absolveu, sustentando que ele não concorreu para nenhum dos fatos investigados e que não cometera nenhum crime.

Diante disso, pediu reforma no fundamento da sentença para que ele não seja prejudicado profissionalmente, já que, caso não houver a alteração, poderá ser penalizado perante procedimento ético da OAB. Embargos de declaração foram assinados na última quarta-feira (15) pela defesa de Tallis, representada pelo advogado Matheus Bazzi.

Na mesma sentença, o juiz decidiu absolver os advogados do delito de colaborar, como informante, para o tráfico de drogas. Eles poderão recorrer em liberdade.

Vulgo “Dark”, Tiago Telles foi condenado a 7 anos. Robson Júnior Jardim dos Santos, o “Sicredi”, recebeu pena de seis anos, enquanto Paulo Henrique de Campos Aguiar, o “Noturno”, pegou seis anos. Todos cumprirão o começo da pena no regime fechado.

Ao condenar os advogados, o magistrado destacou a gravidade das respectivas condutas, pois, no lugar de cumprirem o papel de juristas, agiram para fortalecer a estrutura e ações do Comando Vermelho, usando as prerrogativas legais de forma ilícita.  

Os condenados terão medidas cautelares, incluindo a suspensão de suas atividades na advocacia criminal, recolhimento domiciliar noturno e monitoramento eletrônico.

De acordo com as investigações, Roberto seria o líder do núcleo jurídico, responsável por estabelecer as ligações e fazer girar a engrenagem do esquema, arregimentando clientes e organizando transferências.

Os advogados atenderiam aos interesses dos faccionados em troca de dinheiro. Informações sigilosas eram repassadas aos membros do Comando Vermelho pelo grupo, em troca de proteção e pecúnia. Centenas de milhares de reais em espécie foram encontrados com os alvos.
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