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Segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

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UPA PASCOAL RAMOS EM CUIABÁ

Exonerado por suposto assédio sexual contra paciente, médico alega ser alvo de trama da vítima e pede retorno a cargo público

Foto: Reprodução

Exonerado por suposto assédio sexual contra paciente, médico alega ser alvo de trama da vítima e pede retorno a cargo público
Exonerado do serviço público por denúncia de assédio sexual supostamente cometido contra uma paciente na UPA Pascoal Ramos, em Cuiabá, o médico Ruy de Souza Gonçalves, de 68 anos, entrou com novo pedido na Justiça visando retornar suas atividades profissionais. Ele acionou a 5ª Vara Especializada da Fazenda Pública da capital, nesta terça-feira (14), alegando que foi alvo de uma trama cometida pela paciente.


Leia mais: Justiça mantém demissão de médico acusado de assédio contra paciente durante consulta em UPA de Cuiabá

O médico chegou a ser preso em flagrante no dia 16 de dezembro do ano passado e acabou solto pela Justiça. Um dia depois, ele foi exonerado por ordem do então prefeito, Emanuel Pinheiro. Na ocasião, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que adotou as medidas imediatas em relação às acusações.

À Justiça, sua defesa moveu pedido contra a exoneração, para que seja declarada a nulidade da mesma com a consequente reintegração ao cargo de origem, bem como garantir o pagamento da remuneração desde que foi demitido, bem como a realocação para determinar que o retorno das atividades seja em local diverso da UPA do Pascoal Ramos. 

Para justificar o pleito, ele alegou que é pessoa idosa, que foi vitima de uma trama orquestrada pela paciente, depende dos rendimentos do serviço público para sobreviver e que não possui qualquer mácula na sua vida pregressa e profissional.

Ainda não há uma decisão sobre o processo ajuizado nesta terça. Contudo, no começo deste mês, o Tribunal de Justiça já havia indeferido pedido semelhante movido por Ruy. No dia 5 de janeiro, desembargadora Vandymara Zanolo negou o primeiro mandado de segurança movido pelo médico, com os mesmos propósitos. Na ocasião, a magistrada declarou o TJ como incompetente para julgar o caso. Diante disso, sua defesa acionou a 1ª instância da Justiça.

Conforme noticiado pelo Olhar Direto, a Polícia Militar foi acionada às 9h30 daquele dia 16 pela coordenadora da unidade de saúde para atender uma solicitação de assédio. Ao chegar ao local, a vítima, bastante nervosa, relatou que foi importunada durante o atendimento pelo profissional e que gravou parte do episódio em seu celular.

Na gravação, é possível ouvir o médico, que também é advogado, pedindo um "beijinho" à vítima logo após de solicitar dela um exame de hemograma completo e de lhe dar um atestado. "Agora me dá um beijinho", diz o profissional.

A mulher de 32 anos nega as investidas de Ruy, que, contudo, não se conforma e volta a repetir: "dá sim, dá sim". No áudio ainda é possível ouvir um barulho que se parece com o som de um beijo. Ainda na gravação, é possível ouvir o médico falar: "não esquece de mandar um oi para mim”.

Conforme também noticiado por Olhar Direto, o médico tem histórico de problemas no exercício da profissão e também na carreira advocatícia, onde também milita. Ele já foi detido por invadir o gabinete de uma juíza.
Conforme apurado pela reportagem, além de médico especializado em cirurgia plástica e medicina do trabalho, o suspeito também é advogado. Em consulta ao Processo Judiciário Eletrônico (PJe), foi possível constatar que ele possui diversos processos em aberto, inclusive contra uma juiza.

Ainda de acordo com as informações apuradas, ele teve mandado de prisão expedido pela juiza do Juizado Especial Criminal Unificado de Cuiabá, Maria Rosi de Meira Borba, em novembro do ano passado, por descumprir medidas cautelares impostas pela justiça a pedido da diretora do Hospital Estadual Santa Casa, em Cuiabá, identificada pelas iniciais P.D.N..

Segundo informações da decisão, Ruy estava proibido de entrar em contato e de se aproximar a uma distância de menos de metros da diretora da unidade de saúde, tanto em sua residência quanto no local de trabalho. P.D.N., que é fisioterapeuta, teria sido vítima de injúria e ameaça pelo suspeito.
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