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Sábado, 25 de janeiro de 2025

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ESQUEMA DE PIRÂMIDE

Por gravidade dos crimes e risco de reiteração, "Musa dos Investimentos" que deu golpe milionário em idosa é mantida presa

Foto: Reprodução

Por gravidade dos crimes e risco de reiteração,
Taiza Tosatt, conhecida como “Musa dos Investimentos”, teve pedido de revogação da sua preventiva negado pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, em caso que ela é acusada de causar prejuízos de R$ 5 milhões às vítimas do seu esquema de pirâmide financeira. Apesar de ter recebido alvará de soltura em ação na 2ª Vara Criminal de Sinop, ela responde a processos ao juízo da capital e, por isso, foi mantida encarcerada.


Leia mais: MP quer prisão preventiva de "musa dos investimentos" destacando golpe milionário em idosa e prejuízo de quase R$ 5 milhões em 30 vítimas

Em decisão proferida nesta terça-feira (11), o juiz acatou pedido feito na semana passada pelo Ministério Público, o qual solicitou que fosse decretada a prisão da “musa”. Bezerra considerou o perigo de reiteração delitiva por parte da ré, uma vez que houve comprovação de que, caso em liberdade, ela continuaria fazendo novas vítima, sobretudo porque foi flagrada com um novo perfil nas redes sociais para este fim.

“A medida cautelar extrema, na hipótese, mostra-se proporcional e necessária, diante da gravidade concreta dos delitos, do modus operandi utilizado pela ré, do enorme prejuízo causado às vítimas e do risco real de continuidade da atividade criminosa caso a investigada permaneça em liberdade”, decidiu.

No dia 4 de dezembro, o promotor de Justiça Sérgio Silva da Costa pediu a manutenção da segregação visando garantir a ordem pública e econômica, além de assegurar a instrução criminal em caso que de lavagem de dinheiro, estelionato e crimes contra a economia popular. Na peça, Costa lembrou do dano milionário de uma idosa vítima de Taíza, além das outras 30 que, somadas, tiveram prejuízos superior aos R$ 4 milhões.

Taíza foi presa em flagrante no dia 1º de novembro de 2024 após a polícia encontrar 15 munições de uso restrito calibre .357 e anabolizantes em sua residência, no âmbito da Operação Cleópatra, que a mirava por supostamente liderar esquema de pirâmide, autorizada pela 2ª Vara de Sinop. Ela segue detida desde então.

Contudo, a gravidade do caso já era intensificada diante das investigações, na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que evidenciaram esquema de pirâmide financeira operado pela empresa TR Investimentos, cuja proprietária é Taiza, que teria causado prejuízo de quase R$ 5 milhões a mais de 30 vítimas em diversos estados.
 
As vítimas, muitas delas atraídas por promessas de lucro elevado, relataram ter vendido bens e contraído dívidas acreditando na segurança dos investimentos ofertados por Taíza. Uma das maiores perdas foi relatada por uma idosa de 76 anos, que investiu R$ 1.186.250,00 e perdeu todo o valor.
 
A defesa da “empresária”, patrocinada pelo advogado Geovani Santin, alegou que os crimes ocorreram entre 2020 e 2022, e que o decreto prisional, portanto, estaria sem contemporaneidade.

Por sua vez, o órgão ministerial afirma que a prática criminosa de Taíza se manteve ativa até recentemente. Isso foi evidenciado após a exposição do caso em rede nacional, ocasião que ela teria criado um novo perfil no Instagram, @daytradeassertivo, usado para atrair novas vítimas. Segundo a denúncia, vídeos mostram Taíza orientando operações financeiras realizadas por seu atual companheiro, Wander Aguilera Almeida.

Além disso, há suspeitas de que Taíza ocultou parte de seu patrimônio, incluindo R$ 2 milhões, em uma conta em nome de seu irmão de apenas 13 anos.

Diante disso, o promotor sustentou que os critérios para a manutenção da prisão preventiva continuam presentes, destacando o periculum libertatis – o risco que a liberdade de Taíza representa à ordem pública e à instrução do processo. Além disso, a promotoria reforçou a necessidade de sequestrar o veículo Ford Ranger, registrado em nome de Diego Rodrigues Flores, para ressarcir parcialmente as vítimas, pedindo que ele seja incorporado à frota da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (DECON).

Dias após ser presa, Taíza e seu atual esposo e também alvo da operação Cleópatra, Wander Aguilera Almeida, tiveram as prisões revogadas pela juíza Débora Roberta Pain Caldas, a qual condicionou as respectivas liberdades ao cumprimento de medidas cautelares. Dentre as medidas, o monitoramento por tornozeleira eletrônica, a proibição de se ausentarem de Sinop por 10 dias e a proibição do contato com qualquer fornecedor de medicação irregular. Contudo, como ela foi mantida presa por figurar como ré em outras ações criminais que tramitam em varas da capita.

O Ministério Público ao juiz Jean Garcia destacou que Taíza foi a “mente” por trás do esquema criminoso, que envolveu não apenas seus parceiros denunciados, mas também familiares e amigos, em uma complexa rede de aliciamento. Esse foi o mesmo substrato usado pela Polícia Civil para deflagrar contra ela a operação Cleópatra.
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