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Sábado, 25 de janeiro de 2025

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Prints mostram vice-prefeita negociando conserto de ônibus escolar em troca de votos, diz polícia: veja as conversas

Foto: Reprodução

Prints mostram vice-prefeita negociando conserto de ônibus escolar em troca de votos, diz polícia: veja as conversas
Relatório dos dados extraídos do celular de Enércia Monteiro dos Santos (PSB), eleita vice-prefeita de Jauru, revelou mensagens em que ela supostamente articula o conserto de um ônibus escolar em troca de votos. Caso consta na ação de investigação que o Ministério Público Eleitoral (MPE) instaurou pedindo a cassação das candidaturas de Enecia e o prefeito eleito, Valdeci José de Souza, conhecido como 'Passarinho' (União), e inteligibilidade dos dois por suposto esquema de compra de votos e abuso de poder econômico e político durante as eleições de 2024. Confira as mensagens ao final da matéria. 


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Nas vésperas do pleito, em 3 de outubro, Enércia foi presa em flagrante pela Polícia Civil, em um ação para combater a captação ilícita de votos. Ela, contudo, foi solta após pagamento de fiança de R$ 80 mil e foi liberada mediante a prestação e colaboração com a justiça e abstenção de praticar quaisquer delitos. Outros seis envolvidos foram presos.

Áudios revelam que a candidata prometeu arcar com custos relacionados à manutenção de um ônibus escolar em troca de votos. Além disso, comprovantes de pagamentos via PIX feitos por sua equipe reforçam a acusação de utilização de recursos financeiros para vantagens eleitorais.

Ao analisar o celular de Nelsina Ferreira de Oliveira Gomes, Secretária Municipal de Educação, a polícia diz que foi possível verificar que ela tinha contato via aplicativo de mensagens WhatsApp com Enércia Monteiro dos Santos e que as duas conversaram antes do flagrante de compra de votos ocorrido na residência da investigada

No diálogo do dia 23 de setembro de 2024, a suspeita Enércia encaminhou uma imagem com a seguinte mensagem:  “Que falta de vergonha é essa. As crianças da linha do Guapé está desde semana passada sem ir na escola por falta de ônibus. Que por sinal ta caindo aos pedaços. E nos disseram que sexta e sábado estava arrumando o ônibus pra vim buscar as crianças e o ônibus veio hoje e já estragou de novo antes de chegar aqui. Nossas crianças mais falta do que estuda”. 

Diante disso, Nelsina respondeu dizendo “estamos com falta de mecânico” e “não estão conseguindo arrumar o ônibus”. No dia 26 de setembro, Enércia lembrou que "uma pessoa falou da preocupação em perder votos em consequência da reclamação do ônibus, já que é o meio de transporte das crianças para escola, e que muitos poderiam deixar de votar em Passarinho por causa disso". Depois, ela diz: “Aqui são sete votos e depende disso”. 

Segundo o Ministério Público, essa conversa ocorreu no dia 3 de outubro às 09h32, poucos minutos antes do flagrante realizado na casa da Enércia. 

"É possível conluir que que o dinheiro que estava em posse de Nelsina foi repassado pela Enércia, para pagar o mecânico e a diária do motorista, a fim de não perder votos", diz trecho da ação.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) acionou prefeito eleito de Jauru Valdeci José de Souza, conhecido como “Passarinho” (União), e sua vice, Enércia Monteiro dos Santos (PSB), pedindo a cassação das candidaturas e a inelegibilidade de ambos por suposto esquema de compra de votos e abuso de poder econômico e político durante as eleições de 2024.

Ação de Investigação Judicial Eleitoral foi assinada nesta quarta-feira (4) pelo promotor Eduardo Antônio Ferreira Zaque. Nas vésperas do pleito, em 3 de outubro, Enércia foi presa em flagrante pela Polícia Civil, em ofensiva deflagrada justamente para combater a captação ilícita de votos. Ela pagou fiança de R$ 80 mil e foi liberada mediante a prestação e colaboração com a justiça e abstenção de praticar quaisquer delitos. Outros seis envolvidos foram presos.


Diante da iminência da diplomação de Passarinho e Enércia, marcada para o dia 19 de dezembro, o promotor pediu que o juízo da 41ª Zona Eleitoral julgue o caso com urgência. Vídeo usado como prova no processo teria flagrado a candidata eleita negociando voto com uma pessoa.

Mensagens obtidas do celular de Enércia evidenciaram a suposta tentativa de compra de votos e o possível abuso de poder político. Áudios revelam que a candidata prometeu arcar com custos relacionados à manutenção de um ônibus escolar em troca de votos. Além disso, comprovantes de pagamentos via PIX feitos por sua equipe reforçam a acusação de utilização de recursos financeiros para vantagens eleitorais.

Diante disso, o MPE pediu a suspensão imediata da diplomação de Valdeci e Enércia, prevista para 19 de dezembro de 2024, a cassação dos registros de candidatura e dos diplomas dos dois, aplicação de multa no valor de até R$ 53.205,00 e declaração de inelegibilidade por abuso de poder econômico e político. Ainda não há uma decisão proferida no processo.
 
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