O ministro Messod Azulay Neto, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou habeas corpus que pretendia a liberdade de Andressa Nazario Sodré, presa acusada pelo assassinato brutal de Karolayne Cristina do Nascimento Neves, morta em 2023, quando tinha 22 anos. Segundo o Ministério Público, o assassinato foi motivado porque a vítima se relacionava amorosamente com pessoa que Andressa também mantinha relação. Decisão é do último dia 30.
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A defesa da ré argumentou que ela estaria sendo constrangida ilegalmente pela decisão do Tribunal de Justiça (TJMT), que a manteve presa, em razão de ausência de fundamentação concreta e idônea para mantê-la presa preventivamente, bem como alegou excesso de prazo.
Analisando o pedido, contudo, o ministro pontuou que houve a perda de objeto do habeas corpus, uma vez que a defesa de Andressa impetrou, anteriormente, outro com os mesmos pedidos, quais sejam excesso de prazo e ilegalidade da prisão. “Ante o exposto, com fundamento 34, XI, julgo prejudicado o presente writ”, decidiu.
De acordo com a denúncia, Andressa cometeu o crime na companhia de Wesley Gonçalves Mota, conhecido como “sexta-feira”. Segundo a acusação, ambos pertencem ao Comando Vermelho (CV-MT).
No dia 28 de abril de 2023, após sair do trabalho, Karolayne retornava a pé para sua residência quando foi abordada no trajeto por Andressa e Wesley, que armaram uma emboscada contra a vítima.
Em superioridade numérica, a dupla levou a vítima para um lugar ermo onde torturaram-na e, depois, a assassinaram. O delito, de acordo com o MP, teria motivação fútil, pois Karolyne e a acusada se relacionaram amorosamente com a mesma pessoa.
O corpo de Karolayne foi encontrado em uma cova de aproximadamente três metros, na serra de Conquista D'Oeste (534 km de Cuiabá). O cadáver estava decapitado e com a boca amordaçada, bem como seus pés e mãos amarrados, demonstrando visíveis sinais de tortura.
A defesa de Andressa ingressou com HC no STJ depois que o Tribunal de Justiça (TJMT) negou o benefício à acusada. Anteriormente, ela teve pedido negado tanto pelo ministro Messod, em março, bem como pela então presidente da Corte, Maria Thereza de Assis Moura, em julho.